O dólar opera em alta nesta sexta-feira (7), chegando a renovar sua máxima recorde histórica acima de R$ 4,30, acompanhando a força da moeda norte-americana no exterior e repercutindo a desaceleração da inflação brasileira.
Às 13h31, a moeda norte-americana subia 0,68%, vendida a R$ 4,3139. Na máxima da sessão, a divisa bateu R$ 4,3220 – maior valor nominal já atingido pela moeda.
No dia anterior, fechou em forte alta de 1,08%, vendida a R$ 4,2847. No ano, acumula alta de 6,86%. O recorde de fechamento, até agora, é de R$ 4,2850, alcançado em 31 de janeiro.
O Banco Central ofertará nesta sexta-feira até 13 mil contratos de swap cambial para rolagem do vencimento abril de 2020.
O movimento da moeda americana está alinhado com a valorização da divisa em relação a outras de mercados emergentes. No entanto, mesmo com o dólar nas alturas, os juros futuros se ajustam em baixa, após a inflação oficial de janeiro ficar abaixo da expectativa do mercado, destaca o Valor Online.
O IPCA de janeiro registrou o menor nível para o mês desde o início do Plano Real ao marcar 0,21% de aumento. O número veio abaixo do piso das estimativas do mercado (0,28%) e ficou bem abaixo da mediana de 0,35% obtida a partir das projeções coletadas pelo Valor Data. O caráter benigno da inflação continua no foco dos mercados, mesmo após o Banco Central (BC) ter fechado a porta para novos cortes na Selic no curto prazo.
Os juros futuros, assim, se descolam da pressão contra mercados emergentes, observada na alta do dólar ante o real.
A analista You-Na Park-Heger, do Commerzbank, nota que o real sofreu significativamente nas últimas semanas com especulações de cortes nas taxas de juros. “Agora que isso aconteceu e o BC anunciou que não há mais reduções na agenda, o real não deve sofrer mais pressão de depreciação por esse lado. No entanto, a taxa de juros historicamente baixa permanece um fator oneroso para o real, especialmente porque o juro real está próximo de zero”, diz a analista. Assim, o Commerzbank não espera uma recuperação do real por enquanto e diz que a moeda brasileira continua vulnerável a fases de maior aversão a risco.
Além disso, continuam no foco as preocupações dos investidores com o coronavírus e com o impacto sobre a economia. Ontem, os economistas do J.P. Morgan revisaram a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano de 2% para 1,9%, na esteira da disseminação do novo vírus.
Os mercados observam também relatório de emprego do Departamento do Trabalho dos EUA, que apontou a criação de 225 mil postos em janeiro, mas alta do desemprego de 3,5% para 3,6% no mês passado.
Via: G1