O governador Wilson Witzel parabenizou, na manhã desta segunda-feira (10), a operação em parceria das polícias do Rio de Janeiro e da Bahia que resultou na morte do miliciano Adriano Nóbrega durante confronto com a polícia, neste domingo (9), em Esplanada, na Bahia.
“Não podemos deixar de agradecer à Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ontem tivemos duas importantes operações em parceria com outra polícia, a polícia da Bahia e obteve o resultado que se esperava. Chegamos ao local do crime para prender mas, infelizmente, o bandido que ali estava não quis se entregar. Trocou tiros com a polícia e infelizmente faleceu”, disse o governador.
Segundo Paulo Emílio Cata Pretta, advogado de Adriano, o miliciano e ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM do Rio de Janeiro, expressou no último contato entre os dois o medo de ser assassinado em uma “queima de arquivo”.
Cata disse que ele e o cliente se falaram pela última vez na quarta-feira (5), em um telefonema de 20 minutos. De acordo com o advogado, a última ligação com o cliente foi tensa.
“Ele falou que estava temendo pela vida dele, porque ele tinha certeza, segundo ele me disse, que esta operação para prendê-lo não era para prendê-lo verdadeiramente, mas era para matá-lo”, disse o advogado. “Eu disse que não era bem assim, tentei ponderar, até tentei convencê-lo para que se apresentasse a prisão. Ele falou: ‘Doutor, se eu fico preso ou se for achado eu vou ser morto’.”, afirmou.
Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) explicou que a polícia do Rio atuou na parte de inteligência da ação e a parte operacional foi realizada pela Secretaria de Segurança da Bahia.
A declaração do governador Wilson Witzel foi dada durante a inauguração do programa Segurança Presente na cidade de Queimados, na Baixada Fluminense. Ainda na manhã desta segunda, a base da cidade de Belford Roxo também deve ser inaugurada.
Segundo a secretaria de Segurança Pública da Bahia, Adriano estava sendo monitorado e também era investigado por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, em 2018.
Adriano foi ouvido na fase inicial do inquérito da Delegacia de Homicídios do Rio, mas, no processo que está na Justiça, ele não é apontado como suspeito da morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes.
O miliciano estava foragido há um ano, desde a Operação Intocáveis, que prendeu o major Ronald Pereira, acusado de controlar a milícia que explora a comunidade de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. Adriano, que segundo a investigação, era sócio do major no comando desta milícia, também deveria ser preso na operação, mas conseguiu fugir.
O ex-capitão do Bope foi condenado por assassinato mas a sentença foi anulada. O ex- capitão do Bope foi expulso da polícia por envolvimento com o jogo do bicho.
Quando ainda atuava como capitão do Bope, Adriano foi denunciado por grilagem e assassinato.
Investigações apuraram que, depois da expulsão da PM, em 2014, ele continuou no crime organizado como segurança de bicheiros e matador de aluguel, até comandar o grupo suspeito de dezenas de homicídios, conhecido como “Escritório do Crime “.
Via: G1