O procurador-geral da República, Augusto Aras, se reuniu nesta segunda-feira (10) com o relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Edson Fachin, para tentar convencê-lo a revogar a homologação da delação premiada do ex-governador Sérgio Cabral.
O principal argumento é o de que os relatos feitos por Cabral já são investigados em apurações em andamento.
O encontro ocorreu no fim tarde de segunda no gabinete do ministro. Também participou a nova coordenadora da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR), Lindora Maria Araújo.
Aras já anunciou que vai recorrer da decisão tomada por Fachin. O ministro validou o acordo assinado pelo ex-governador com a Polícia Federal. O teor da colaboração segue sob sigilo.
O procurador foi contra a homologação por considerar que os valores que Cabral se comprometeu a devolver já estavam bloqueados pela Justiça e que ele não apresentou fatos novos nos depoimentos.
Aras tenta convencer o ministro relator a revogar a decisão. Do contrário, recorrerá à Segunda Turma ou ao plenário do Supremo – dependerá de Fachin decidir qual grupo julgará.
Na cúpula da PGR, os investigadores afirmam que a delação de Sérgio Cabral não terá prosseguimento nem nas instâncias inferiores.
Ou seja, as investigações ou denúncias com base na colaboração do ex-governador devem aguardar uma decisão final do Supremo sobre a validade da delação.
Fonte: G1