Jornal Povo

Médico ofende enfermeira ao buscar atendimento em hospital de Nova Iguaçu

Um vídeo que circula nas rede sociais mostra um homem ofendendo verbalmente uma enfermeira no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na madrugada de segunda-feira. As ofensas foram feitas pelo médico José Gilberto Luna Sobrinho, que se pronunciou através da Internet e justificou a atitude por ter “bebido mais que deveria”. Ele alega que procurou o hospital para se “hidratar” após “exceder” na quantidade de vinho que bebeu.

Na gravação, Gilberto, alterado, pede para a enfermeira a medicação pois “é médico” iria aplicar nele mesmo. Diante da negativa a enfermeira, ele a chama de “incompetente”. A profissional chega a falar ao depois, sendo ameaçada em seguida. “É o que? Fala alguma coisa? Fala alguma coisa, miserável! Amanhã eu vou chegar o gerente geral do hospital e falar sobre você, como médico. Você é uma miserável, sua fodida”, dispara, fazendo mais ofensas à profissional, que não reage.

O médico usou seu perfil no Instagram na noite desta terça-feira para justificar as ofensas à enfermeira por ter se “alterado” por conta do vinho que bebeu. Ele diz que saiu para comemorar com funcionários do seu centro médico e que, por ser “amante do vinho”, se excedeu na quantidade e foi buscar atendimento para hidratação no hospital.

“Com certeza fui incorreto, exagerado, mas a felicidade acabou me controlando, acabei mencionando e referindo palavras que não são adequadas para uma funcionária”, falou, se defendo dizendo que tem “amor à enfermagem” e que sem a profissão “eles (médicos) não seria nada”.

José Gilberto diz que pelo “erro” cometido está sendo “crucificado na Internet” e pede desculpas, falando que não é “médico 24 horas”. “Naquele momento eu não era o médico, eu era o Gilberto pessoa. Eu não sou médico 24 horas, assim como nenhum juiz é juiz 24h, nenhum delegado é delegado 24 horas, nem enfermeiro é enfermeiro 24h (…) temos o nosso lado pessoal e eu também tenho. Cometi um erro, assim como todos nós cometemos erros e pecados”, disse.

Ao pedir desculpas novamente (aos seus pacientes, em primeiro lugar, que me conhecem) à enfermeira, ele volta a justificar “ter bebido demais” para cometer a atitude e que jamais destrataria alguém. “O meu ato de falta de educação por ter feito libação alcoólica, que é na medicina quando uma ‘pessoa bebe mais do que deveria’. Foi o que aconteceu comigo, jamais destrataria uma funcionária. “Não costumo julgar ninguém, mas se quiserem me julgar, fiquem à vontade. Mas antes disso, com um erro meu, conheçam meu passado, minha história”.

O DIA tentou contato com o hospital onde a enfermeira contato, mas ainda não conseguiu falar com os responsáveis pela unidade. Procurado, o Cremerj informou que deve responder apenas pela conduta dos médicos, durante o exercício profissional. Confira a nota na íntegra:

“Diante dos fatos ocorridos no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Nova Iguaçu, onde um médico, como paciente, agrediu, verbalmente, uma enfermeira que estava em atendimento, o CREMERJ vem se posicionar.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, por dever de seu ofício, deve responder apenas pela conduta dos médicos, durante o exercício profissional. Eles são avaliados, na forma de um devido processo ético, e caso sejam culpados são punidos. O CREMERJ já está tomando as providências, pois, mesmo fora de suas funções, o Conselho entende que as relações humanas devem ser respeitosas e gentis.

E por isto, o CREMERJ estimula a boa relação entre os profissionais de saúde e conduta ética dos médicos, no exercício ou não de sua profissão”.

Via: O Dia