O corpo do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, de 43 anos, desembarcou no Rio de Janeiro na última terça-feira e foi levado para Baixada Fluminense. O ex-miliciano, morto no último domingo em Esplanada, a 170 quilômetros de Salvador (BA), chegou no Aeroporto Internacional do Galeão às 23h15min, em um voo comercial da companhia Gol vindo de Salvador (BA). O EXTRA localizou o corpo em um laboratório de embalsamento em São João de Meriti. Até o início da tarde desta quinta-feira, a família ainda não tinha solicitado a preparação para o sepultamento, uma vez que a Justiça negou o pedido de cremação.
Na certidão de óbito, conta que Adriano morreu às 9h22min do último domingo, e aponta ainda que a causa da morte foi “anemia aguda secundário à politraumatismo por instrumento de ação pérfuro-contundente”.
Em menos de 24 horas, dois juízes proferiram sentenças que proíbem que o corpo seja cremado, apesar de a família ter optado por não enterrá-lo. Na primeira, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do Plantão Judiciário, afirmou que o pleito da família não atendia “aos requisitos da Lei 6.015/73, não estando acompanhado de imprescindíveis documentos”, como o Guia de Remoção de Cadáver e o Registro de Ocorrência.
Maria Izabel destacou, também, que a morte de Adriano da Nóbrega não se deu “por causas naturais”.
A segunda foi dada pelo juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, em menos de 15 horas da primeira. A mãe e as irmãs de Adriano tinham entrado com uma solicitação para que a Justiça autorizasse a cremação do corpo miliciano, que já tinha sido indeferida pela juíza Maria Izabel.
Cremação no Caju
A decisão, que aconteceu na tarde desta quarta-feira, foi tomada no processo referente à Operação Intocáveis, desencadeada pelo Ministério Público estadual do Rio em janeiro do ano passado, e na qual Adriano era alvo.
O juiz Gustavo Kalil determinou que a cremação do miliciano seja suspensa até que seja encaminhada para o Rio toda a documentação de sua morte pelas autoridades da Bahia. O magistrado determinou que todos os crematórios do Rio sejam comunicados da decisão.
— A família quer que o corpo seja cremado. Por isso estão providenciando uns documentos que estão faltando — disse uma pessoa ligada ao processo de cremação. — O corpo vai seguir no laboratório até a decisão da justiça. Eles não querem que ele seja enterrado — completou.
Antes das duas decisões da Justiça, a cremação de Adriano estava marcada para as 10h desta quarta-feira, dia 12, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju.
Via: Jornal Extra