Jornal Povo

Agenda econômica é ameaçada por falas de Guedes; estados querem empréstimos maiores

Em sua reportagem principal desta sexta-feira (14), a Folha de S.Paulo dá ênfase ao clima de tensão criado na equipe do presidente Jair Bolsonaro, e em líderes do Congresso, após as seguidas declarações polêmicas do ministro Paulo Guedes (Economia) nos últimos dias.

Para assessores do Planalto, as falas de Guedes dificultam ainda mais a articulação com os parlamentares e atingem uma parcela do eleitorado de Bolsonaro. Elas podem aumentar a resistência em relação à agenda econômica, já que o governo quer investir em pautas importantes no Congresso como a reforma tributária e a reforma administrativa.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o texto com mudanças nas carreiras dos servidores públicos será liberado na próxima semana. Enquanto isso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), age para instalar a comissão da reforma tributária.

As declarações de Guedes em dois momentos podem atrapalhar os planos do governo. Nesta semana, Guedes disse que não existe mais dólar baixo e que, com a moeda norte-americana baixa, até empregadas domésticas estariam viajando para a Disney.

Guedes já havia gerado polêmica ao chamar servidores públicos de parasitas na semana passada. “Articulação ruim e falas de Guedes ameaçam agenda”, destaca a manchete da Folha.

Empréstimos aos estados

Em sua reportagem principal, O Estado de S.Paulo mostra que governadores e prefeitos têm pressionado o ministro Paulo Guedes (Economia) em busca de aval para conseguir um limite maior de empréstimos que Estados e municípios possam tomar no mercado.

O matutino destaca que a equipe econômica resiste às tentativas de ampliar o valor do teto de empréstimos por causa dos calotes com os quais teve que lidar nos últimos anos. No caso desses empréstimos, caso o estado ou município não honre a dívida, o Tesouro deve pagar os valores.

Em ano eleitoral, a pressa para tomar empréstimos é maior, já que eles só podem ser contraídos até o início de julho. No ano passado, o limite de empréstimos foi estipulado em R$ 20 bilhões e a União teve que bancar R$ 8,35 bilhões em dívidas não pagas pelos estados e municípios.

O valor de dívidas pagas pelo Tesouro em 2019 é bem superior ao de 2018, quando a União honrou R$ 4,80 bilhões em dívidas. Em 2020, ainda não há um valor limite estipulado para esses empréstimos. O número deve ser definido pelo Conselho Monetário Nacional neste mês. “Estados pressionam por mais empréstimos; Economia resiste”, informa a manchete do Estadão.

Caserna em alta

Em sua reportagem principal, O Globo volta a comentar a decisão de Bolsonaro de colocar o general Braga Netto na chefia da Casa Civil substituindo Onyx Lorenzoni e enfatiza que a mudança fortalece a ala militar do governo.

Segundo o matutino carioca, a escolha de Braga Netto foi indicação dos também generais Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional.

Outros membros do comando das Forças Armadas também teriam dado aval à escolha para a Casa Civil e O Globo destaca que a relação de confiança mútua entre os militares é um dos ativos da nova composição do Planalto. “Eu subi morro, não vou dizer tomando tiro, em situações muito tensas, com o Braga Netto do meu lado”, disse Luiz Eduardo Ramos.

O novo chefe da Casa Civil chega com a missão de coordenar a Esplanada dos Ministérios e deve levar ao governo a experiência de quem chefiou o Estado-Maior do Exército em 2019. “Com Braga Netto, militares ganham força no Planalto”, sublinha a manchete do Globo.

Fonte: G1