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Linkedin: veja dicas de quem conseguiu emprego na plataforma

O Linkedin, rede social com fins profissionais, tem mais de 675 milhões de usuários e, destes, 41 milhões são brasileiros. No ano passado, quatro milhões conseguiram emprego por meio da plataforma. São 30 milhões de companhias registradas no site. O match entre empresa e candidato acontece com uma boa construção do perfil, que passa pelas informações corretas e assiduidade nas postagens relevantes, conta Ana Claudia Plihal, diretora de soluções de talento do LinkedIn para o Brasil.

Hoje, Nina Silva é executiva de TI e uma das 20 mulheres mais poderosas do país, segundo a revista “Forbes Brasil”. Em 2016, quando estava tentando se recolocar no mercado de trabalho, ela repaginou seu perfil no LinkedIn e conseguiu o emprego que desejava. Assim como Nina, muitos profissionais usaram a rede e conseguiram voltar ao mercado e/ou trocar de empregador.

— Naquele momento, o site foi uma das ferramentas que possibilitaram a minha recolocação e, a partir dali, ter uma experiência numa empresa que me abriu portas para novos projetos — explica ela, que é fundadora do movimento Black Money.

— Mesmo não estando à procura, recebo muitos contatos pelo LinkedIn. Acredito que é por trazer conteúdo e opinião na rede — diz Nina.

Mellise Manhães Mattos, analista de Recrutamento da GE Celma, conta que recebeu pelo LinkedIn a maior parte de suas ofertas de trabalho. Inclusive, a do emprego atual.

— Candidatei-me a uma vaga, fiz o processo seletivo e fui contratada agora em janeiro — relata ela.

Empregado na mesma companhia, mas na área de logística, Max Aguiar também foi encontrado pela empresa na plataforma.

— Fiz um perfil adequado a minha área. Tem um sumário com as minhas qualificações e com o que posso contribuir para o mercado. Para o meu segmento, também é importante que o meu perfil seja em dois idiomas, inglês e português — conta.

Célio Silva, que atualmente é designer UI/UX do banco digital BS2, também investiu em um bom perfil no site para conseguir a vaga.

– Montei meu perfil de forma a mostrar qual foi a minha atuação em cada uma das empresas/produtos em que trabalhei. Acredito que isso dê uma visão mais ampla da atuação e competências do candidato antes da abordagem – diz.

No ano passado, o banco usou a ferramenta para contratar 79 profissionais, revela Renata Pentagna Guimarães, vice-presidente executiva do BS2.

Na GE Celma, a equipe de recrutadores usa o LinkedIn diariamente na busca de perfis diversos, desde funções técnicas até cargos de alta gerência, relata Jaqueline Tibau, diretora de RH.

— Como um todo, a cada bimestre, fazemos dezenas de contratações com a ajuda do LinkedIn — argumenta.

Patricia Franco, diretora de RH da farmacêutica Aspen Pharma Brasil, destaca que a plataforma contribuiu para a identificação de novos talentos para contratação.

— Anteriormente, usávamos empresas de recrutamento. Atualmente, damos visibilidade de nossas posições através da company page, onde temos recebido um número maior, mais diversificado e qualificado de currículos.

Ana Cláudia Freire, Head de Pessoas & Cultura da Radix, conta que utiliza o Linkedin para recrutamento há 11 anos e que este mudou com o passar do tempo.

— Há 11 anos o LinkedIn não era o que é hoje. Seu foco era ser apenas uma “vitrine de profissionais”. Sem dúvida já ajudava muito e já era muito melhor do que receber currículos por email ou papel. Atualmente, é uma das fontes que utilizamos para a nossa “esteira de contratação”, que é um modelo totalmente inovador elaborado a partir dos conceitos de inbound recruiting, que é uma metodologia adaptada do marketing e que se refere a capacidade de estabelecer um relacionamento com potenciais candidatos independentemente de termos ou não posições em aberto. Com esse modelo, passamos de 60 entrevistas por mês para 200.

Na Bloomin’ Brands, dona das marcas Outback e Abbraccio, 95% das posições do corporativo da companhia vieram do Linkedin, afirma Tatiana Tafuri, diretora de Recursos Humanos.

— Antes de iniciar o foco com essa ferramenta, o processo era feito tradicionalmente com postagens em mídia, headhunters, indicações. Com isso, o processo demandava mais tempo. Com a ferramenta, é possível encontrar candidatos com o perfil mais adequado e as vagas preenchidas em 1/3 do tempo — explica.

Esses exemplos mostram como a popularidade da rede mudou o processo de recrutamento nos últimos anos. A presidente da ABRH-RJ, Lucia Madeira, diz que a rede facilitou a vida do recrutador.

— E muito. O LinkedIn auxilia na localização de profissionais de uma determinada empresa ou setor e permite mapear o mercado, o que facilita o headhunting, que é encontrar um profissional especializado. Antes, era preciso telefonar para várias pessoas, até se chegar a uma indicação.

Paulo Moraes, diretor da operação Talenses no Rio, explica que a plataforma oferece licenças especiais para empresas de consultoria em recrutamento, nas quais é possível fazer buscas com filtros avançados. Segundo ele, a partir desses filtros, os consultores conseguem fazer buscas com grande assertividade.

Além disso, a ferramenta permite fazer contato direto com estes profissionais por e-mail, agilizando o processo de abordagem. Só que muitos recrutadores esbarram em dificuldades para encontrar candidatos.

— Muita gente não explora a ferramenta da melhor forma ou, principalmente, não investe algum tempo para inserir de forma detalhada as informações sobre seu histórico profissional, ou para manter seu perfil atualizado. Vale comentar que o principal recurso para encontrar candidatos é a busca “boleana”, baseada em palavras-chave. Portanto, quanto mais informação, mais alta a chance de o profissional ser selecionado pelos algoritmos de busca —conclui Paulo Moraes.

Dicas para montar o perfil

— Comece preenchendo as informações básicas preenchidas no perfil, tais como: localização, título, experiências anteriores, habilidades, foto e um resumo sobre quem é você, seus objetivos e trajetória profissional. Esse resumo deve ter no máximo três parágrafos e conter suas conquistas e habilidades, pois é a primeira coisa que os recrutadores olham em um perfil.

— Mesmo que você não tenha nenhuma experiência profissional anterior, inclua em seu perfil trabalhos voluntários, intercâmbios, trajetórias acadêmicas, idiomas e certificados. Você também pode compartilhar anexos e links como portfólio, incluindo trabalhos da universidade em que recebeu uma boa avaliação, conteúdos que produziu, ou algum projeto paralelo.

— No caso de muitas experiências, pense na lógica do triângulo invertido. Uma experiência recente será sempre mais relevante para o recrutador do que algo há 10 anos. Por isso, os cargos mais recentes devem ser mais detalhados e os mais antigos, não precisam conter tantas informações.

— Depois de um bom perfil construído, conecte-se com quem você conhece. Comece com amigos, família, professores, colegas de sala, orientadores e mentores, eles podem gostar do seu perfil e indicá-lo para empresas.

Via: Jornal Extra