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Vila Isabel embarca numa lenda indígena para contar a história da criação de Brasília

A Unidos de Vila Isabel vai contar a história dos 60 anos da fundação de Brasília de uma forma diferente. Com o enredo “Gigante pela própria natureza: Jaçanã e um índio chamado Brasil”, o carnavalesco Edson Pereira vai se utilizar de uma lenda indígena para mostrar que Brasília tem um pedacinho de cada região do país.

“É uma história onírica que humaniza a construção de Brasília. A gente divide o Brasil em regiões para no final formar a identidade nacional daquela que foi criada para ser a cidade da esperança, o gigante que é a síntese do povo brasileiro”, explicou o carnavalesco.

A Vila Isabel começa com o pequeno indiozinho Brasil que sonha em desbravar o mundo e conhecer a terra onde nasceu. O indiozinho embarca então nas asas de Jaçanã e viaja pela história da formação do povo brasileiro.

Começa pela Região Norte, a Amazônia, onde conhece a floresta, os povos indígenas, lendas e tradições da região. Vai para o Sul e o Sudeste, onde encontra os povos dos pampas e das praias do Sudeste, com seu folclore, danças, músicas, vestimentas, plantações e culturas.

Na viagem pelo Nordeste, conhece o sofrimento do povo que aprende a lidar com o sol escaldante e a seca. Tem contato com os rituais de fé, o artesanato. E termina no Centro-Oeste, onde Jaçanã pousa de asas abertas e dá origem à cidade da esperança, erguida por gente vinda de todo o país e sonhada por Juscelino Kubistchek.

“É um enredo nada político, nada contestador. Não queríamos nada pejorativo. Por isso, o indiozinho é o fio condutor da história. A Vila vai mostrar que Brasília é na verdade um grande caldeirão de singularidades, construída por todos os povos”, disse Pereira, que destacou que a escola até buscou patrocínio, mas não recebeu nem um centavo de ninguém.

Como em 2019, Pereira desenvolveu um desfile grandioso e vistoso. O abre-alas, por exemplo, terá uma grande índia de 18 metros de altura representando a Mãe-Pátria, carregando o pequeno índio Brasil.

Mas com crise financeira, foi preciso ter muita criatividade para buscar soluções baratas para o desfile. O carnavalesco aproveitou as estruturas dos carros e buscou materiais alternativos para a confecção de alegorias e fantasias.

“No ano passado fizemos um desfile que encantou os olhos. Este ano, esperamos fazer um desfile tão competitivo quanto o de 2019. Menos luxuoso, mas com mais qualidade criativa e que fale diretamente ao coração das pessoas. Estamos focados na memória afetiva das pessoas, que vão se ver, se identificar em determinado momento do desfile”, disse Pereira.

Ficha técnica da Unidos de Vila Isabel

Desfile: segunda escola de segunda-feira (24 de fevereiro)

Alegorias: 5 carros (sendo o abre-alas com 60 metros) e 1 tripé da comissão de frente

Componentes: 2.700 em 23 alas

Via: G1