Jornal Povo

Crise da Cedae: moradores de 17 bairros do Rio ainda recebem água alterada

Moradores de pelo menos 17 bairros ainda estão recebendo água com gosto e cheiro de terra, de acordo com levantamento feito com base em relatos enviados ao EXTRA. Desde o início do ano, a Cedae tem distribuído o produto com alterações provocadas pela geosmina, uma substância produzida por algas que proliferam no esgoto. Morador do Engenho de Dentro, o músico Paulo Oliveira disse estar preocupado e lamentou que as despesas da família só aumentam.

— Como somos cinco pessoas na casa, dois adultos e três crianças, já gastamos R$ 800 com a compra de água mineral — reclamou.

O produtor cultural Júlio Barroso percebeu que água que chega a seu apartamento, na Glória, melhorou nos últimos dias, mas ainda não está perfeita.

— Há dez dias, cheguei a parar no hospital com diarreia, vômito e fraqueza no corpo. A médica perguntou se eu estava escovando o dente com a água, que, segundo ela, não poderia ser usada nem para o banho — contou.

A produtora de cinema Clarissa Pivetta, que mora no mesmo apartamento, disse que, só no prédio, outras cinco pessoas foram parar no hospital com os mesmos sintomas:

— E o pior é que a conta de água chega. Não entendo como é que a gente continua pagando R$ 120 por mês para receber isso.

Representantes da Cedae, da Defensoria Pública, do Ministério Público e do governo do estado se reuniram nesta segunda-feira pela quarta vez para discutir um possível desconto na conta de água, como forma de ressarcir os consumidores. Mas não houve acordo. A Cedae pediu um prazo até quarta-feira para apresentar um percentual.

A Cedae informou que análises mostram que a água está dentro dos parâmetros legais.

Via: Jornal Extra