Morreu na madrugada desta quarta-feira (19) o torcedor do Flamengo, Roberto Vieira de Almeida, de 54 anos, agredido na orla de Copacabana, Zona Sul do Rio, horas antes do jogo entre o Peñarol e Flamengo no Maracanã, partida válida pela Libertadores.
O torcedor, que era do Espírito Santo e organizava torcidas, ficou internado por 10 meses depois de ser atingido na cabeça durante a confusão entre as duas torcidas.
A informação da morte, confirmada por um sobrinho de Roberto, foi antecipada pelo Globo Esporte.
Trabalhando há mais de 40 anos com excursões para jogos, especialmente do Flamengo e outros clubes cariocas, Roberto e um grupo de torcedores estavam em Copacabana quando aconteceu a confusão entre os torcedores na tarde do dia 3 de abril do ano passado.
O capixaba, que tentava apartar a briga, foi violentamente agredido com uma cadeira na cabeça por um torcedor uruguaio e caiu já desmaiado.
Flamengo lamenta morte
O clube divulgou uma nota nas redes sociais na tarde desta quarta lamentando a morte do torcedor e repudia qualquer tipo de violência.
“O Clube de Regatas do Flamengo lamenta profundamente a morte do torcedor Roberto Vieira de Almeida, de 54 anos, que nos deixou na madrugada desta quarta-feira. Muita força aos familiares e amigos neste momento tão difícil. O clube repudia qualquer tipo de violência, da qual Roberto foi vítima há cerca de um ano, no Rio de Janeiro, antes da partida contra o Peñarol, pela Taça Libertadores.”
Familiares tentaram transferir Roberto para o ES
Após a confusão, Roberto foi socorrido e levado para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, onde teve constatado um quadro grave de traumatismo craniano e entrou em coma. Meses depois, Roberto chegou a acordar, passou a reconhecer alguns familiares e voltou a se alimentar, porém ainda permanecia internado e sem expectativa de alta.
Nesses dez meses de internação, os familiares se revezaram nas visitas e chegaram a tentar a transferência dele para Vitória, onde Roberto e a família moram. Todas as tentativas, contudo, esbarravam na dificuldade de transportar uma pessoa em condição física debilitada, o que demandaria uma UTI móvel, e ainda a necessidade de um leito de UTI garantido em um hospital de Vitória.
Roberto era muito conhecido na região no bairro Santa Martha, em Vitória, e por torcedores por trabalhar com excursões para jogos de futebol. Ao longo desses mais de 40 anos, ele fez centenas de viagens e era tido como uma pessoa tranquila e prestativa.
Familiares informaram que o corpo dele deverá chegar ao Estado nesta quinta-feira (20) para que seja realizado o velório e também o enterro. O sobrinho do organizador de excursões informou, ainda, não saber a causa da morte do tio, e que o pai dele e irmão de Roberto, Rubens, já estava a caminho do Rio de Janeiro para realizar os trâmites necessários para a liberação.
Os acusados
Acusados da agressão a Roberto, os três torcedores uruguaios – Dennis Oscar Viega González, Fernando Segundo Carreno Tucce e Gianfranco Steffano Cattapan Flores – detidos na ocasião ainda estão no Brasil. Mas, deixaram a prisão em junho de 2019 e devem permanecer no país até o fim do processo.
Na época, a prisão preventiva dos três foi trocada por medidas cautelares pelo juiz Bruno Monteiro Ruliére, do Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos, e foram soltos mediante ao pagamento de fianças.
Via: G1