Jornal Povo

Fraude com cliente do Nubank alerta para necessidade de proteger dados e contas bancárias

Um caso de fraude envolvendo a uma cliente de conta digital do Nubank, ocorrido em dezembro de 2019, viralizou na internet e tem chamado a atenção dos correntistas sobre a necessidade cada vez maior de proteger seus dados bancários e evitar a invasão de suas contas. Para ajudar os leitores, abaixo listamos algumas dicas de segurança.

Na situação em questão, a cliente sofreu um assalto e teve o celular roubado. No dia seguinte, ela percebeu que foram transferidos R$ 146 mil de sua conta num grande banco para sua outra conta, de mesma titularidade, no Nubank. Depois disso, foram emitidos boletos para outras NuContas, no total de R$ 27 mil. O valor restante, de R$ 119 mil, foi transferido para 24 pessoas desconhecidas.

Em nota, o Nubank informou que a cliente foi contatada, e a empresa tomou as devidas providências para poupá-la de impactos financeiros. Além disso, declarou que as investigações continuam.

Seja como for, ninguém está livre de tentativas de fraudes, principalmente no carnaval, época em que as atenções estão voltadas para a festa, com aglomerações em blocos e maior possibilidade de furtos, além de agências bancárias fechadas. Com isso, muita gente demora a perceber que foi vítima de criminosos. A maioria nem olha o extrato no aplicativo do banco. Por isso, veja como se proteger.

Cuidado com senhas e cartões

Jamais revele sua senha a terceiros, mesmo que a pessoa diga que é funcionária do banco. E nunca entregue seu cartão, esteja ele danificado ou não.

O banco nunca realiza a coleta do cartão dos clientes. Um golpe comum é o do motoboy, no qual a vítima entrega seu cartão de crédito para um motoqueiro, após receber uma suposta ligação do banco dizendo que seu cartão foi fraudado. Ao se dar conta do crime, as vítimas procuram os bancos, que não realizam o estorno nem devolvem o dinheiro perdido. No entanto, a Justiça tem dado ganho de causa a essas pessoas.

Caso seja necessário descartar o cartão, é importante que o chip seja destruído por completo.

Não use telefones de terceiros para acessar sua conta ou para ligar ao banco, pois sua senha poderá ficar registrada na memória do aparelho. Use apenas telefones próprios ou de seu uso pessoal.

Caso receba uma ligação suspeita, encerre a chamada e faça uma nova ligação para o banco, utilizando outra linha telefônica. Certifique-se, sempre, de que está ligando para os números oficiais de atendimento de seu banco.

Atualização de informações

Os bancos e as operadoras de cartão de crédito não costumam ligar para os clientes nem enviar mensagens pedindo que os clientes atualizem informações. Por isso, o cliente não deve fornecer senhas ou códigos de acesso ou de validação para transações digitais (como chave de segurança e token).

Se eventualmente o banco ligar para o cliente, jamais solicitará que a senha seja informada ou digitada. Esse pedido só ocorre nos casos em que a ligação parte do próprio cliente, que liga para o banco a fim de realizar alguma transação.

Também é importante não acessar links e sites com orientação de pessoas que entram em contato pelo telefone ou e-mail. Se entrarem em contato com você por meio desses canais, desconfie.

Não é aconselhável clicar em nenhum tipo de link enviado por SMS ou por e-mail, como se fossem do banco. Há casos de usuários que são redirecionados a uma página falsa, muito parecida com a do site oficial do banco.

Caso esteja em dúvida sobre a autenticidade da mensagem, ligue para seu banco e confirme se o pedido de atualização procede e se é seguro.

É importante sempre ter um antivírus instalado no celular, para identificar possíveis malwares (programas maliciosos) instalados.

O banco pode ser responsabilizado

Em situações de fraude bancária, órgãos de defesa do consumidor consideram que os bancos têm responsabilidade objetiva, ou seja, são responsáveis independentemente de culpa, segundo o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Estes órgão entendem que as instituições financeiras devem criar meios que garantam o acesso seguro do consumidor aos serviços bancários, o que inclui evitar golpes e fraudes.

Além de mecanismos como senhas códigos de acesso e de validação para tornar as transações mais seguras, os bancos devem monitorar a atuação de criminosos com sua base de clientes e agir o mais rapidamente possível para contorná-las, tomando providências para retirar do ar páginas falsas, por exemplo, e alertando os consumidores sobre o golpe.

No entendimento dos órgão de defesa do consumidor, caso a atuação das instituições financeiras não seja suficiente para garantir a segurança e impedir que o cliente seja vítima de um golpe, ele deve arcar com os prejuízos sofridos pelo consumidor.

Onde reclamar

Caso seja vítima de uma tentativa ou de um golpe propriamente dito, é preciso entrar em contato com o banco por meio do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) para contestar o débito.

Faça também um boletim de ocorrência para comprovar a fraude. Lembre-se de anotar todos os protocolos e guardar os documentos que podem ser usados como provas.

Se a instituição se negar a devolver os valores roubados de sua conta ou de compras feitas com cartão de crédito, você pode registrar uma reclamação no Procon de seu município e/ ou no site www.consumidor.gov.br, do Ministério da Justiça.

Caso nenhuma das medidas seja satisfatória, é possível mover uma ação judicial contra o banco no JEC (Juizado Especial Cível).

Via: Jornal Extra