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Egídio fala em “dias horríveis” após queda na Sul-Americana e vira a chave para Copa do Brasil

Passados três dias, a eliminação precoce na Sul-Americana ainda é uma ferida aberta no Fluminense. Tanto que, nesta sexta-feira, o habitualmente descontraído Egídio trocou o bom-humor pela seriedade ao conversar com a imprensa

– Logo após o jogo foi aquele sentimento horrível de ser desclassificado. Nossa expectativa era 100% de passar. O clima na volta para o hotel foi muito ruim. Pensamento de que não podia ter acontecido aquilo, mas, infelizmente, aconteceu. É o futebol. Lógico que o torcedor ficou triste, muito chateado. Nós, jogadores, a diretoria e o presidente também – disse o lateral-esquerdo.

Egídio, lateral-esquerdo do Fluminense — Foto: Lucas Merçon
Egídio, lateral-esquerdo do Fluminense — Foto: Lucas Merçon

Egídio, porém, alertou que o Fluminense precisa superar o baque o mais rápido possível porque na próxima quarta-feira já tem outro confronto decisivo: a estreia na Copa do Brasil, contra o Moto Club, em São Luís, no Maranhão. O confronto é em jogo único e o Tricolor, por ser visitante, tem a vantagem do empate pelo regulamento.

– Foram três dias horríveis. É para ficar triste, é para doer sim, mas já passou. Não podemos ficar nos remoendo com passado. Mas não tem como voltar atrás. Já foi. Bola para frente. Agora temos mais uma decisão pela frente, na Copa do Brasil. Agora é pensar na frente e focar. Será um jogo difícil, mas temos totais condições de passar – ressaltou.

Sem brincadeiras sobre Fred

A sobriedade de Egídio na coletiva foi tanta que nem ao ser perguntado sobre a possível chegada de Fred, seu amigo pessoal, assunto que costuma brincar sempre, o lateral descontraiu:

– Estávamos muito concentrados para esse jogo da Sul-Americana. E o pior aconteceu, com a eliminação. Então cabeça pesa, galera conversa menos. Não conversamos sobre esse assunto. Tem uns dias que não falo com o Fred. Na chegada conversei bastante com ele. Mas agora estou focando em quem está aqui no momento. Mas espero que ele venha, porque vai somar, vai agregar.

Fred e Egídio jogaram juntos no Cruzeiro — Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro
Fred e Egídio jogaram juntos no Cruzeiro — Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

Confira mais declarações de Egídio

Jogo da Copa do Brasil é o “jogo do ano”?
É um jogo decisivo, que dá vaga. Temos a questão do empate, mas vamos entrar para vencer. Sempre que entramos em campo, é para vencer. Vamos jogar com muita atenção e igualar na vontade para nossa qualidade sobressair. Estamos treinando muito bem, temos uma semana cheia. Odair está fazendo um grande trabalho. Todo mundo se dedicando ao máximo. Não tem ninguém fazendo corpo mole, pelo contrário. Vamos buscando positividade para sairmos com a vitória.

Peso do gol sofrido para o La Calera no Maracanã
Levar aquele gol… Martelamos o time deles. Eles ofereceram até mais dificuldade para a gente no Maracanã que no Chile. Tomar um gol logo após termos feito um gol que complicou.

Faltou o gol fora de casa
Todos os jogos que jogamos em 2020, esse foi o único que não fizemos gol. Entrei em campo pensando que gol iríamos fazer, só não poderíamos levar. E acabou que não fizemos o gol e saímos.

Dificuldades contra o La Calera
Tivemos duas oportunidades claras de gol, além do pênalti no Nenê que o juiz não deu. Eles tiveram uma, que a bola raspou a trave. Se tivéssemos colocado as bolas para dentro, um 2 a 1, nós passávamos. Campo diferente. Até você pegar mais ou menos o jeito… Mas não fizemos um mal jogo. Não sofremos tanto. Eles deram um, dois chutes a gol nos dois jogos e conseguiram fazer o gol no Maracanã. Foi detalhe não conseguirmos passar adiante.

Copa do Brasil é traiçoeira?
Não digo traiçoeira. Campeonato de mata-mata é preciso encarar sempre como uma final. Concentração ao extremo. Conquistei três Copas do Brasil e foi jogo a jogo. Temos que nos concentrar, criar e aproveitar as oportunidades.

Críticas a Odair Hellmann
Eu confesso que não acompanhei. Até porque, quando somos eliminados, largo internet, TV, não vejo nada. Procuramos tirar as próprias conclusões dentro do clube, ver os erros e acertos. Temos uma comissão muito boa, que faz um trabalho muito bom. Sempre vamos acatar a decisão do nosso treinador, que é nosso comandante. Estaremos sempre junto com ele. Esta eliminação nos fortalecerá, está nos unindo ainda mais para seguirmos adiante nas demais competições.

Eliminação na Sula e jogo da Copa do Brasil “melaram” o carnaval do Flu?
Poderíamos até ter pedido uma folga se tivéssemos passado. O futebol é muito de resultado. Iríamos passar um carnaval tranquilo, mas, eliminados, não passaremos mais. É passar em casa com a família, mentalizando energias boas para quarta-feira. Não temos falado de carnaval. Estamos focados no Fluminense.

Hoje em dia sou mais caseiro, prefiro mais ficar com a família. E quando está ganhando, você tem mais motivação para curtir. Mas quando perde, fica com menos inspiração. Esse ano não estou dando muita bola para carnaval não.

O torcedor quer resultado. Se o time está bem, o torcedor vai até querer te ver na rua, para te cumprimentar, elogiar. Mas depois de uma eliminação dessas, não cabe a nós irmos para a folia. Não tem inspiração para isso. Hoje o jogador é muito atleta profissional mesmo, focado no trabalho, se cuidando mais, se alimentando melhor. Por isso não se vê tanto jogador em folia hoje em dia.

Responsabilidade aumenta para quarta-feira?
A responsabilidade se tem sempre que se entra em campo com a camisa de um clube como o Fluminense. A eliminação da Taça Guanabara nos fortaleceu pelo 2º tempo que fizemos. E agora teve essa eliminação precoce na Sul-Americana. Mas já foi. Já esquecemos. Aprendemos muito com as duas. Quando se ganha, é muito bom, mas quando se perde, é preciso tirar lições.

Eliminação na Copa do Brasil pode jogar trabalho inteiro fora?
Tem possibilidade, mas não podemos deixar. É um jogo fora de casa, mas que vamos dar nossa vida dentro de campo. Campeonato de mata-mata. O Fluminense chegou longe nesses tipos de competição nos últimos anos. Sabemos como jogar esses jogos e aprendemos mais um pouco com essa questão da Sul-Americana. Vamos muito fortes, pensando positivamente.

Ano do Fluminense acabou?
Procuro sempre ver o lado positivo. Olho no rosto de cada um e vejo a gana de vencer. Estou confiante na Copa do Brasil. Tem a Taça Rio, mais para frente tem o Brasileiro. Estou muito confiante de que há coisas boas para nós pela frente. É buscar jogo a jogo. Temos que provar que temos condições.

Característica do elenco do Fluminense
Um time rápido, com bastante criação e transição boa no contra-ataque. Tem dois laterais que chegam bem na linha de fundo, uma zaga boa… Estou gostando do time. É questão de pegar uma sequência de vitórias e engrenar.

Fonte: Globoesporte