A homenagem da Grande Rio ao líder religioso Joãozinho da Gomeia foi uma apresentação memorável e cheia de significado. Com diversas referências ao Candomblé, como um carro que levou oferendas para avenida, a tricolor de Caxias volta a suas raizes com um enredo afro. A tônica do desfile foi um grande pedido por mais tolerância religiosa.
– No início, a Grande Rio vinha com vários enredos afros. Estamos acostumados com isso. Sempre enredos muito lindos. E esse ano, graças a Deus nós acertamos na veia e vamos mostrar ao mundo que a intolerancia não pode ter lugar. Carnaval é o momento certo de levantarmos essa bandeira (da intolerância) – afirmou Milton Perácio, presidente da escola.
Um dos destaques foi a invocada bateria, que realizou diversas paradinhas e ficou apenas ao som de atabaques. No último carro da Grande Rio, “o revoar da liberdade” desfilaram lideranças religiosas, artistas, atividade e intelectuais que atuam na luta contra a intolerância religiosa. Entre eles, o babalaô Ivanir dos Santos, a escritora Conceição Evaristo e o pastor José Barbosa Junior.
Antes do desfile, o pastor defendeu a união contra a intolerância religiosa:
– A gente tem que juntar forças. Não dá pra aplaudir quem prega o ódio, desrespeito e a intolerância.
Entretanto, a Grande Rio enfrenrou novamente problemas com alegorias, um dos seus maiores fantasmas recentes. Com dois chassis, o abre-alas da agremiação só foi acoplado no setor três.
Por causa do problema, a agremiação ficou parada por alguns minutos em frente a uma cabine dupla de jurados, o que pode levá-la a perder pontos em evolução. O atraso refletiu também na dispersão e os componentes foram orientados a apertar o passo pelos diretores de ala e harmonia.
Fonte: Jornal Extra