A União da Ilha do Governador teve problema por causa de um carro alegórico com motor quebrado, que teve que ser empurrado. Isso criou um buraco na escola e dificultou sua evolução.
O desfile durou 71 minutos, um a mais do que o permitido. Segundo o regulamento, a escola perde 0,1 ponto (um décimo) para cada minuto fora do prazo.
O enredo mostrou a vida dura das favelas do Rio. A escola foi a penúltima a desfilar no primeiro dia do Grupo Especial do Carnaval do Rio, na madrugada de domingo (23) para segunda-feira (24).
A União da Ilha fez um desfile com estética realista. O enredo teve o nome “Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas, a sorte está lançada: Salve-se quem puder!”
- Não faltaram sinais das dificuldades: armas, ônibus lotados, pessoas vivendo nas ruas, desempregados, famintos…
- Também havia alegria e esperança: muitos trabalhadores, a alegria dos churrascos na laje, o funk, a cultura, os jovens estudantes e o próprio carnaval.
- Na parte sobre educação, a rainha Gracyanne Barbosa representou um pedido de paz à frente da bateria com roupas de professores e alunos buscando um futuro digno.
Djalma Falcão, presidente da União da Ilha, disse ao G1 após o desfile que não sabia o causa do problema com o carro: “Tem que apurar com calma e saber o que houve. Mas existe o quesito desfile e infelizmente teve problemas. Não adianta chegar aqui e ficar procurando culpado. São coisas que acontecem”.
O enredo foi criado sob o ponto de vista de uma mulher negra, grávida, que mostra a vida na favela, questiona os poderosos e busca um futuro melhor para o filho.
A comissão de frente fez uma homenagem a Carolina de Jesus, mulher negra de favela que se tornou uma grande escritora.
As fantasias eram leves e com resplendores menores. As alegorias eram grandes e impactantes. Um dos carros que chamou atenção foi o “Reflexos da vida privada”, que mostrava milionários e políticos corruptos sentados em privadas douradas.
Outros trechos do desfile mostraram o dia a dia das favelas além dos dramas: muitos trabalhadores, feirantes, vendedores, camelôs, catadores, donas de casa…
No final, a mensagem de esperança veio da criatividade das comunidades, através da educação e também das artes plásticas, da dança, da música e do esporte.
O terceiro carro quebrou por volta de 40 minutos de desfile e ficou parado por alguns minutos. Depois, os integrantes conseguiram empurrá-lo, mas em velocidade menor do que a necessária, e com ainda muita escola para passar.
A União da Ilha correu, mas não conseguiu evitar o atraso de um minuto.
VEJA AS FOTOS:Fonte: G1