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Bovespa fecha em alta, mas tem pior resultado semanal desde 2011

O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta nesta sexta-feira (28), após duas fortes quedas na semana, em meio à continuidade dos temores sobre a expansão do novo coronavírus e os seus impactos na economia global. Já o dólar engatou a oitava sessão de alta seguida, fechando a semana a R$ 4,48.

O Ibovespa subiu 1,15%, a 104.171 pontos. Veja mais cotações. No dia anterior, a bolsa havia caído 2,59%, a 102.983 pontos, após ter despencado 7% na quarta-feira (26).

No ano, o Ibovespa acumulou queda de 9,92% e, no mês, o recuo chega a 8,43%. Na semana, o índice acumula perdas de 8,37%, o pior resultado desde a semana encerrada no dia 5 de agosto de 2011, segundo a Economatica.

Durante essa sexta, o índice chegou a ter perdas de mais de 2% e só reverteu direção no final da tarde, após o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, afirmar que a economia dos EUA permanece em condição sólida, embora o surto de coronavírus represente um risco, e que o banco central agirá como apropriado para fornecer apoio.

O avanço da epidemia do novo coronavírus pelo mundo tem provocado abalos nos mercados globais e elevado as preocupações de investidores e governos sobre o impacto da propagação do vírus nas cadeias globais de suprimentos, nos lucros das empresas e na desaceleração do crescimento da economia global.

Embora o maior número de casos confirmados e os principais impactos ainda estejam concentrados na China, o coronavírus já se espalhou por mais de 40 países de todos os continentes, provocando o fechamento de fábricas, interrupção de produção, fechamento do comércio e a paralisação de atividades também em países como Coreia do Sul, Japão e Itália.

No exterior, o mercado de ações da Europa registrou a pior semana desde 2008 e perdeu US$1,5 trilhão com medo do coronavírus. Na China, os índices acionários encerraram o pior mês desde maio do ano passado, com os temores sobre o surto de coronavírus se tornar uma pandemia.

Variação do Ibovespa em 2020

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Fonte: B3


Impacto local

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta sexta-feira à GloboNews que o coronavírus deverá levar à revisão na estimativa de Produto Interno Brasileiro (PIB).

A secretaria comandada por Sachsida é responsável por fixar as projeções oficiais do governo para a economia e chegou a anunciar em janeiro deste ano um aumento na previsão de crescimento, alterando a expectativa de 2,32% para 2,40%. Segundo o secretário, a nova revisão do número deve ser anunciada até o fim da semana que vem.

Na quinta, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, reconheceu que o avanço do coronavírus pode ter impacto no crescimento mundial e “afetar todo mundo, inclusive o Brasil”. Ele acrescentou que a Secretaria de Política Econômica (SPE) deverá rodar em breve uma nova projeção para o crescimento da economia em 2020.

“Está assustando todo mundo pois pode ter impacto muito forte no desaquecimento da economia mundial, isso impacta a exportação de todo mundo. Tem desorganização de cadeias produtivas, organizadas em países asiáticos. É um fenômeno que está todo mundo se debruçando agora. O risco é no preço de commodities e em um crescimento menor do mundo. A gente tem de estar preparado e lidar com a situação”, afirmou.

Na quinta, bancos dos EUA chegaram a cortar, pela segunda vez, as suas projeções de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020. Dessa vez, as previsões ficaram abaixo de 2%. O Bank of America Merrill Lynch cortou de 2,2% para 1,9% sua expectativa, enquanto o JP Morgan diminuiu de 1,9% para 1,8%.

Fonte: G1