Não há outra opção no curto prazo: só a venda de jogador poderá amenizar a crise financeira do Vasco. Com salários atrasados e receitas abaixo da necessidade, a direção sabe que terá de se desfazer de algum nome importante no elenco de Abel Braga para fazer caixa. O problema é que a lesão de Talles atrapalha essa necessidade.
Após fraturar o quinto metatarso do pé esquerdo, Talles foi operado. A recuperação é estimada em três meses, ou seja, voltará a atuar em junho, época de abertura da janela de transferências. Embora seja conhecido dos principais clubes europeus, fruto do bom 2019 e da convocação para a seleção sub-17, o tempo de inatividade certamente o tirará dos holofotes e eventualmente poderá desvalorizá-lo.
– Acho que quando se fala em venda de atletas é natural que se pense no Talles porque foi o jogador que nos últimos meses esteve no centro das atenções, mas o Vasco tem muitos jogadores subindo. Vinícius fez um partidaço (contra o Botafogo pelo Carioca), acho que é uma promessa também. Tem o Marrony, tem o Bruno Gomes, o Gabriel Pec. A gente não sabe qual é o interesse do mercado, mas acho que as possibilidades existem – comentou o presidente Alexandre Campello em entrevista no último 4 de fevereiro.
Mesmo com uma boa safra vinda da base, como relatado pelo presidente, o volante Andrey e o atacante Marrony, com a inatividade de Talles, passam a ser as principais opções de venda. Ao amargar a reserva até o ano passado, Andrey ganhou sequência com Abelão e, por isso, conforme informação do departamento de futebol vascaíno, voltou a ser monitorado por times estrangeiros. O histórico de convocações para Sul-Americano e Mundial sub-17 ajuda.
Marrony recentemente foi sondado pelo Athletico, que negociou Rony com o Palmeiras, e pelo Newscastle, da Inglaterra. É outro ativo que chama a atenção no mercado. Após participar do Pré-Olímpico com a Seleção, o zagueiro Ricardo Graça também despontou. Corre por fora para ser vendido.
Orçamento prevê R$ 64 milhões com negociações
O orçamento do Vasco para 2020 prevê a arrecadação de R$ 64 milhões com negociação de jogadores – do total, R$ 18 milhões são fruto do mecanismo de solidariedade da FIFA.
– O que posso dizer é que todos os orçamentos de clubes preveem a possibilidade de venda de ativos, e o Vasco não é diferente. Certamente (todos os jogadores são negociáveis). Desde que seja interessante para o Vasco. Não acho que é uma meta difícil ou inatingível. É só olhar o balanço dos outros clubes. Você vê vários atletas vendidos por 10 milhões ou 15 milhões de euros. Se eu vendo um atleta por 10 milhões de euros, já batemos essa meta – completou Campello na mesma entrevista de 4 de fevereiro.
Fonte: Globoesporte