Quase cinco dias depois do temporal que atingiu o estado do Rio, ainda há muita lama e algumas vias e casas alagadas nos municípios de Seropédica e Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio.
A prefeitura de Itaguaí, que já decretou estado de calamidade, informou que, a partir desta quinta-feira (5), vai usar uma máquina para desobstruir o rio e fazer água escoar. Já a Defesa Civil disse que vai fazer um mutirão e que todas as casas da região serão vistoriadas para avaliação de possíveis danos estruturais.
Moradores do município contaram que, com a intensidade da chuva, o nível da água subiu rapidamente, provocando o alagamento de várias casas.
Sem condições de voltar para as suas casas, eles contam com a ajuda de vizinhos e dormem em abrigos improvisados.
Seropédica
Em Seropédica, a Defesa Civil e o Exército fizeram um mutirão para entregar quentinhas para os moradores que estão desalojados ou desabrigados. No município, ainda há moradores ilhados, sem condições de sair de casa.
“Eu tô sem chão, muito triste. Eu perdi tudo dentro de casa, tudo, tudo, tudo. Não sobrou nada”, disse uma moradora.
Um outro morador falou que pretende se mudar.
“Essa vai ser a última vez. A gente vai embora daqui, desse lugar. Não dá mais não. É triste, muito triste”, comentou.
Outro fez um apelo à prefeitura.
“Por favor prefeito, estou fazendo um apelo para todos os moradores aqui do bairro Jardins. Mande as assistentes sociais para o nosso bairro”.
Pouco investimento em infraestrutura
Na quarta-feira (4), um levantamento divulgado pelo RJ2 mostrou que a prefeitura de Seropédica gastou apenas R$ 4 milhões em obras de infraestrutura em 2019.
Os dados apontam que o orçamento municipal aprovado pela câmara de vereadores planejava investimento de R$ 53 milhões em obras que poderiam evitar os transtornos causados pelas chuvas.
De acordo com levantamento, a prefeitura de Seropédica também não respeitou o orçamento municipal em outras áreas que poderiam ajudar os moradores a enfrentar as chuvas que sempre caem nessa época do ano.
O município planejava um gasto de R$ 501 mil em projetos de saneamento básico no último ano. O valor real investido caiu para apenas R$ 51 mil.
Em toda a cidade, somente 7% do esgoto é tratado de forma adequada. Ao todo, 68% das casas não têm saneamento básico. O investimento municipal em habitação, por exemplo, foi de aproximadamente R$ 7 mil.
Via: G1