O Rio de Janeiro registrou o primeiro caso de coronavírus, nesta quinta-feira, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Este é o oitavo caso confirmado do Brasil – são seis confirmados em São Paulo e um no Espírito Santo pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos, a paciente tem 27 anos e reside em Barra Mansa, no Sul Fluminense. Ela esteve em viagem pela Europa. A mulher passou pela Itália — onde há 3.296 infectados pela doença — de 9 até 23 de fevereiro.
O número de casos suspeitos de coronavírus na quarta-feira era de 55 no Rio. No boletim desta quinta-feira foi atualizado para 79.
“Todos podem continuar absolutamente tranquilos, não tem nenhum sinal que o vírus circule no Estado do Rio de Janeiro. Esse é um caso importado”, afirmou Edmar Santos em entrevista coletiva, na tarde de hoje, no Palácio Guanabara, Zona Sul do Rio.Ainda de acordo com o secretário, a mulher está em isolamento domiciliar e apresenta sinais brandos do vírus. “Todos os contatos dela com familiares, esposo estão sendo supervisionados pela subsecretária de vigilância em saúde. Ela permanecerá em isolamento até o dia 20 de março”, disse Santos.
Casos notificados X casos suspeitos
Notificados – Ainda não é considerado como caso suspeito, já que depende de avaliação de critérios definidos pelas autoridades sanitárias.
Suspeitos – Caso atende aos critérios das autoridades e será confirmado ou descartado com base em análise laboratorial.
Processo de confirmação ou descarte de casos
Caso o paciente esteja com os sintomas do Coronavírus e tenha viajado para países com circulação ativa do vírus, o primeiro passo é procurar uma unidade de saúde para buscar assistência. No local, o profissional da unidade vai colocar em prática o protocolo de atendimento para casos a serem investigados – como uso de equipamento de segurança e isolamento do paciente -, além de notificar a Vigilância Municipal a respeito do caso.
Além disso, o profissional de saúde realizará coleta do material para análise, que será entregue pela Vigilância Municipal ao Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ). No Lacen, o material é dividido em duas partes. Uma parte da amostra é analisada na própria unidade, investigando vírus respiratórios comuns, e a outra é enviada à Fiocruz, que realiza a testagem para o coronavírus. A SES esclarece ainda que o acompanhamento do paciente e pessoas que entraram em contato com ela é realizado pela Vigilância Municipal de cada cidade.
Organização da resposta a um possível surto
– Nível Zero – Casos importados notificados ou confirmados.
– Nível de Ativação 1 – Transmissão autóctone de Coronavírus no estado do Rio de Janeiro.
– Nível de Ativação 2 – Transmissão sustentada na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.
– Nível de Ativação 3 – Quando as ações e atividades orientadas para serem realizadas no Nível 2 de ativação forem insuficientes como medidas de controle e para a organização da rede de atenção na resposta. E, ainda, quando a rede de atendimento definida for incapaz de atender à demanda. Caso o surto chegue a esse nível, além de todas as unidades citadas anteriormente, será criado pela Secretaria de Estado de Saúde um hospital de campanha e as Forças Armadas serão acionadas. Haverá ainda a utilização de leitos em unidades especializadas, com a suspensão de cirurgias eletivas.
Medidas de prevenção
– Proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir
– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos
– Lavar frequentemente as mãos, especialmente após espirrar ou tossir
– Evitar ambientes com muita aglomeração
– Utilizar álcool em gel nas mãos
O que fazer em caso de suspeita?
Se estiver com febre ou sintomas respiratórios e tiver vindo de países com casos de coronavírus:
– Cubra o rosto com máscara cirúrgica
– Vá à unidade básica de saúde, hospital de emergência ou à UPA mais próxima
– Siga as orientações dos profissionais de saúde
– Siga as medidas de prevenção: lave as mãos frequentemente, cubra o rosto ao tossir e espirrar, não compartilhe objetos de uso pessoal, evite locais de grande aglomeração, utilize álcool em gel para as mãos
Via: O Dia