Eike Batista implicou, numa só tacada, dois pré-candidatos à prefeitura do Rio. Ambos são citados no acordo que o empresário negocia com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Em sua proposta de delação, o empresário promete detalhar a compra de apoio político do atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella, a Eduardo Paes na eleição de 2008 para a prefeitura da capital fluminense. Naquele ano, Crivella foi derrotado, mas apoiou Paes no segundo turno.
Eike conta que foi procurado pelo ex-governador Sérgio Cabral para que repassasse dinheiro a Crivella em troca do seu apoio político.
O tema já foi abordado pelo próprio Cabral em depoimento à Justiça Federal no ano passado. O ex-governador relatou que Crivella teria recebido US$ 1,5 milhão para apoiar Paes em 2008. Na ocasião, o segundo turno no Rio foi disputado por Paes e por Fernando Gabeira. À Justiça, Cabral contou também que procurou Eike para conseguir o dinheiro.
Procurado, Crivella afirmou que o relato de Eike e de Cabral são “mentira” e que esse pagamento “não existiu”. Por meio de nota, o prefeito disse que “é a favor de todas as investigações, mas é também a favor de que se puna aquele que não provar suas declarações”. Afirmou ainda que considera “sem sentido” o envolvimento de seu nome e que “já que doou R$ 20 milhões relativos a direitos autorais para a Fazenda Canaã, no interior da Bahia.
Paes afirmou que essa questão “deve ser perguntada a Sergio Cabral e Marcelo Crivella” e disse que Crivella nunca lhe pediu nada.
Fonte: O Globo