BRASÍLIA – A convicção de que o presidente Jair Bolsonaro não está disposto a se sentar à mesa para ouvir as demandas dos estados e a consciência de que os problemas enfrentados por um chefe de Executivo hoje podem ser os mesmos que outro terá amanhã colocaram lado a lado governadores de distintas matizes ideológicas. A postura reativa e, em muitos momentos, beligerante do Planalto deu caráter institucional a um grupo heterodoxo que reúne de João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ) a Flávio Dino (PC do B-MA) e Rui Costa (PT-BA), todos apontados como possíveis candidatos à Presidência da República em 2022.
Nesse contexto, a atuação em conjunto de ao menos 20 dos 27 governadores do país passou a ser cada vez mais frequente e em temas que vão além da crise fiscal das unidades federativas. Colocando as divergências em segundo plano, eles têm organizado viagens sem o governo federal, oferecido auxílio mútuo e até realizados licitações conjuntas.
— A falta de diálogo com o presidente leva a um diálogo dos governadores com mais intensidade e frequência — diz o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).
— O Brasil precisa estar em paz, harmonia e na defesa intransigente da democracia. Sem respeito a essas posições não haverá desenvolvimento econômico — afirma o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Fonte: O Globo