Jornal Povo

Gigogas atrapalham transporte de passageiros nas lagoas da Barra e de Jacarepaguá

A proliferação de gigogas não só tem sujado as praias da Barra da Tijuca. As toneladas das plantas que crescem com o esgoto nas lagoas da região começam a atrapalhar o transporte de moradores e visitantes das ilhas do complexo lagunar.

Com tanta planta e entulho, a travessia entre as ilhotas – como a da Gigoia, famosa pelos bares e restaurantes – está cada vez mais difícil.

De quinta-feira (5) para cá, embarcações já tiveram que parar várias vezes.

“Diversas vezes acontece de ter que parar o barco para retirar plástico, lixo, garrafa. O pessoal joga sujeira, essas coisas assim”, disse o higienizador de estofados Luiz Cláudio Versoza.

“Se você não tiver talento para passar, se for uma pessoa inexperiente para passar aqui, o que acontece? Fica preso aqui”, disse um barqueiro.

‘Lagoa virou latrina’

As gigogas se alimentam de matéria orgânica. Quanto maior a presença dela, maior a quantidade de esgoto na água. A equipe do Bom Dia Rio percorreu o Canal da Joatinga de barco e viu máquinas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) tentando tirar algumas plantas.

“Essa concentração tão grande é consequência do despejo generalizado do esgoto nas lagoas. Hoje, as lagoas são imensas latrinas que criam condições ideais para proliferação descontrolada dessas plantas”, disse o biólogo Mário Moscatelli.

Nem a barreira ecológica, montada perto da lagoa, tem sido suficiente. Atrás dela, já se formou um mar de gigogas.

“Se essa linha de defesa cair, não só as gigogas, mas toneladas de lixo vão ser lançados dentro dos rios e vão parar na Praia da Barra junto com a gigoga”, disse Moscatelli.

As gigogas e a sujeira se multiplicam e aumentam ainda mais a preocupação.

“Aqui, é a única passagem que a gente tem são os barcos. Não tem ponte. Então, isso aí para a gente é horrível. Isso aí é um fator ambiental que eu acho que as autoridades já deveriam ter visto há muito tempo”, disse o supervisor de segurança Marcelo Borges.

O que dizem as autoridades

O Inea informou que começou na semana passada a retirada das gigogas das lagoas da Barra e de Jacarepaguá, na Zona Oeste. O trabalho é para impedir que as plantas atinjam o quebra-mar e as praias da Barra e da Zona Sul.

O Inea disse também que foram instaladas ecobarreiras mais robustas e resistentes com capacidade para reter 125 toneladas de gigogas por mês.

Já a Cedae informou que vai executar um total de 41 projetos de saneamentos na região.

Via: G1