Um pescador foi baleado por uma bala de borracha na cabeça na noite de sábado (8). Segundo a Marinha, ele invadiu área de segurança militar, próximo à Ilha do Boqueirão em Magé, na Baixada Fluminense, e não atendeu a uma ordem de parada.
“Foi necessário o emprego de armamento não letal para que os procedimentos de segurança fossem cumpridos”, diz a nota (veja a íntegra no fim da reportagem).
Edilson Aderaldo Marques Filho estava embarcado com o irmão. Os dois estariam em local permitido, perto de um terminal de gás.
O irmão de Edilson, conhecido como Neném, estava na pescaria no sábado. Ele diz que é comum que os pescadores sejam atingidos por tiros.
“Nós íamos largar a rede na área ali dentro e vimos eles (militares) vindo buscar. Recolhemos a rede e saímos fora. Já lá fora, a quilômetros de distância, eles vieram atirando na nossa direção. Aí meu irmão acelerou o motor, aí continuaram atirando, perseguindo e atirando à queima roupa a uns 10 metros. Foi quando acertou na cabeça dele e ele parou com o motor”, relembra.
De acordo com o irmão da vítima, ele filmou a ação militar e quase teve o celular apreendido. Além disso, os dois teriam ouvido ameaças dos agentes.
A esposa de Edilson diz que eles foram perseguidos por militares até a Ilha de Paquetá, aos tiros. Ferido, ele teria sido detido e levado para Ilha do Governador.
A vítima foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna. O estado de saúde é estável, segundo a Secretaria de Saúde.
Veja a íntegra da nota da Marinha:
“A Marinha do Brasil (MB), por intermédio do Comando do 1º Distrito Naval, informa que, na madrugada de ontem (07) 07), uma embarcação não identificada invadiu, sem autorização, a Área de Segurança Marítima do Centro de Munição da Marinha.
Após a ordem de parada não atendida, foi necessário o emprego de armamento não letal para que os procedimentos de segurança fossem cumpridos. O invasor atingido recebeu os primeiros socorros ainda na Organização Militar e, em seguida, foi encaminhado em estado de saúde estável ao Hospital mais próximo.
A Marinha esclarece ainda que a embarcação foi apreendida e que instaurou processo administrativo para apurar os fatos. A MB ressalta também que adota todos os procedimentos baseados na Lei e nas suas normas de segurança.”
Via: G1