Na vitória de 1 a 0 sobre o Paraná, o torcedor viu o Botafogo repetir alguns acertos que animaram de início, mas também os mesmos erros que custaram a derrota para o Flamengo, no clássico do último sábado. Apesar de mostrar mais agressividade e criatividade no ataque, o Alvinegro deixou cair o ritmo e foi outro time, para pior, no segundo tempo.
Desta vez, contra um adversário mais fraco, o resultado não escapou. O Alvinegro venceu no Nilton Santos, na última terça-feira, e terá vantagem na segunda partida para garantir lugar na quarta fase da Copa do Brasil. Mas, o placar magro e as demonstrações de insatisfação da torcida mostraram que o duelo não foi tão controlado como a própria atuação da equipe na etapa inicial fez crer.
Depois de dominar completamente o primeiro tempo, o Bota deixou o rival ganhar terreno e foi bem menos agressivo. As chances criadas diminuíram, enquanto o Paraná passou a ameaçar mais o gol de Gatito. É verdade que a capacidade do adversário foi reduzida, mas o risco de tropeço após um início convincente irritou a arquibancada. Após a partida, o técnico Paulo Autuori rechaçou a versão de falta de preparo físico, que se tornou a bola da vez dos torcedores insatisfeitos nas redes sociais.
– O que houve de diferente do jogo de hoje ao do Flamengo: agredimos sem bola, pressionamos mais alto… Isso é lógico, e dá uma exigência maior em termos de desgaste. Até conseguirmos resistir mais a altas intensidades. Estamos tentando, passo a passo, ir ao encontro disso. É algo a ser construído. Falar de parte física é uma análise isolada. Não acredito em falar isoladamente da parte física ou parte tática… O mental e o emocional também têm muita influência, por exemplo – disse.
Cortez em nova função
Em meio à tentativa de reação na etapa final, Autuori apresentou uma novidade: recuou Gabriel Cortez para o meio de campo e deixou o Botafogo com apenas um volante. A mudança não deu muito resultado na partida, mas demonstra esforço na tentativa de melhorar a criação e deixar o time mais ofensivo diante de adversários recuados.
– É outro jogador que tem capacidade de dar esses passes (mais verticais). Teve essa preocupação de recompor, mas a ideia era formar a linha mais na frente, jogando com o Nazário e com os atacantes de lado também. Recebeu a bola muito atrás e não conseguiu desenvolver muito. Ainda teve pouco tempo em campo e pode melhorar muito – analisou o treinador.
Destaques: Caio Alexandre e Luiz Fernando
As más notícias ficaram no segundo tempo, porque a etapa inicial mostrou sinais de evolução da equipe desde a chegada de Paulo Autuori. Assim como no clássico contra o Flamengo, o Botafogo mostrou intensidade e agressividade para atacar. Ainda há dificuldade para criar, mas o time desenvolve postura mais ofensiva, algo sempre exigido pelo torcedor alvinegro.
Caio Alexandre, Luiz Fernando e Bruno Nazário foram destaques. Danilo Barcelos, Kanu e Alex Santana deixaram a desejar.
Nos momentos bons no jogo, os que mais apareceram foram Caio Alexandre e Luiz Fernando. O volante teve outra boa atuação como titular. Acertou muitos passes e lançamentos e teve poucos vacilos, normais para um jogador que ainda se consolida como profissional. Já o atacante foi o jogador mais perigoso da partida, além de ter feito o gol da vitória.
Com o resultado, o Botafogo pode até empatar na partida de volta que garante a classificação à quarta fase da Copa do Brasil. O segundo jogo contra o Paraná está marcado para a próxima quarta-feira, às 19h15 (de Brasília), fora de casa. Antes, o Alvinegro enfrenta no domingo o Bangu, na grande estreia do japonês Keisuke Honda.
Fonte: Globoesporte