O Rio foi a única capital brasileira a registrar deflação em fevereiro, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país ficou em -0,02% na capital fluminense, enquanto o índice nacional registrou alta de 0,25% no mês.
A deflação acontece quando os preços de produtos e serviços caem em determinado período. É um movimento contrário ao da inflação, quando os preços sobem. A última deflação registrada na região foi em setembro, quando o IPCA recuou 0,13%. Naquele mês, também houve queda no índice nacional, que ficou em -0,04%.
De acordo com o IBGE, a deflação no Rio foi puxada pela queda de 8,39% nos preços da carne na região, que foi mais intensa que no restante do país.
“A queda nos preços da carne no Rio foi mais intensa que no resto do país. Nos dois primeiros meses do ano, a carne caiu 16,16% no Rio, enquanto no Brasil a queda foi de 7,42%”, destacou Pedro Kislanov Costa, gerente da pesquisa do IBGE.
Também contribuiu para a deflação no Rio de Janeiro a queda de 2,57% nas tarifas de energia elétrica em fevereiro, quando passou a vigorar a bandeira tarifária verde, que não inclui cobrança extra nas contas.
Segundo o IBGE, à exceção de Vitória, todas as regiões pesquisadas registraram queda nas tarifas de energia elétrica no mês, sendo a do Rio a segunda mais intensa, ficando atrás somente de Brasília (-3,07). Em todo o país, a média foi de -1,71%.
Com a deflação não significa, necessariamente, que o carioca está gastando menos no supermercado.
“Está gastando menos, certamente, com as carnes. Outros produtos tiveram alta, assim como no resto do Brasil. Então, certamente o carioca vai ter uma economia nas carnes, mas pode ser que alguns outros produtos como o tomate e a cenoura fiquem mais caros para os cariocas”, enfatizou o gerente da pesquisa.
O IPCA pondera a variação média dos preços dos bens e serviços considerados mais importantes para os consumidores. O índice é calculado mensalmente pelo IBGE com base no peso destes itens no orçamento de famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.
Vale lembrar, porém, que a composição dos gastos de cada família varia muito e que nem todos sentem a inflação da mesma forma. As famílias de menor renda, por exemplo, dedicam parcelas maiores dos gastos à alimentação. As com maior renda reservam boa parte do orçamento para educação, saúde e lazer. Quem tem carro, tende a sentir mais no bolso uma alta da gasolina. Já quem come mais carne vai sentir mais se esse produto subir.
Via: G1