Jornal Povo

Autuori confirma Honda no Botafogo mesmo se portões forem fechados: “A princípio vai jogar”

Paulo Autuori vai em busca de sua terceira vitória à frente do Botafogo neste domingo, às 16h, contra o Bangu, pelo Campeonato Carioca. Para isso terá um reforço de peso: Keisuke Honda fará sua estreia com a camisa alvinegra e estará em campo mesmo se os portões forem fechados para a torcida.

– A princípio vai jogar. Depende se vai ter jogo, ainda não sabemos. Terá uma reunião e os dirigentes estão à espera do que os governantes vão decidir. A questão é: futebol sem torcida perde um dos protagonistas, que é o público. Tomar a decisão de jogar de portões fechados… Aí eu pergunto: jogadores e comissão estão imunes, são de raças diferentes? Não faz sentido. Se evita para os torcedores, evite para os outros também. Parece que o profissional de futebol é uma raça que está imune a qualquer problema.

Em comunicado distribuído na manhã desta sexta, o Ministério da Saúde recomenda para todos os estados do Brasil o cancelamento, adiamento de partidas ou, se não houver tempo hábil para estas medidas, a realização de jogos com portões fechados devido à pandemia de coronavírus. Uma reunião nesta tarde na Ferj definirá como ficam os jogos da Taça Rio.

Outras declarações de Autuori:

Como Honda vai jogar?

– Isso está sendo preparado desde que ele começou a treinar com o grupo. Temos algumas hipóteses, algumas opções. O que é bom, não ter apenas uma. Ele nos dá essa possibilidade. No jogo com o Boavista, como a equipe jogou em termos de escalação? Fica essa dica, é uma opção.

Nazário e Honda podem jogar juntos?

– Dá para jogar o Bruno e o Honda? Claro que dá. Muda um pouco a característica da equipe. Se isso acontecer, temos que ter atenções a outras situações, que não vou falar aqui para não dar muitas pistas ao adversário.

Como Honda ajuda o grupo?

– Em países como o nosso, ele é, além de outras coisas, um banho de cidadania. Disciplina, lado profissional, como se sente envergonhado se não tiver performance… São coisas do japonês que transcendem o futebol. Como jogador, vai agregar porque joga sempre com o olhar no gol adversário, joga para frente. Temos que saber fazer isso. Se recuar a bola, é para gerar espaço no adversário e ter um caminho mais vertical. Quando ele vai receber a bola, o corpo já está preparado para fazer o jogo fluir para frente. É importante todos os jogadores entenderem isso.

Como o novo problema mundial afeta o clube e o futebol?

– Todos nós ficamos sem saber se vai haver ou não os jogos. Tem o jogo do Bangu, depois a Copa do Brasil, mas temos que esperar uma tomada de decisão geral. Isso transcende o futebol. Às vezes parece que o futebol fica alheio, e não é isso. Logicamente que afeta e preocupa. Qualquer cidadão tem algum nível de preocupação. Temos que pensar o futebol dentro desse contexto. Se parar, tem que parar tudo. Se tiver que mudar o calendário, que mude. Não houve Copa do Mundo em tempos de guerra. Hoje, não há guerra entre povos, ainda bem, mas vivemos uma guerra contra um vírus. Precisamos de medidas responsáveis.

– Essas tomadas de decisão têm que ser corajosas. Não importa muito tempo hábil. Me parece que clubes co-irmãos fecharam até para imprensa. É porque afeta todo mundo. Nós, que somos afetados pelo futebol, somos pessoas como as outras. Não podemos ficar alheios. É um respeito que tem haver com todos.

Fonte: Globoesporte