O Botafogo completou no último domingo, no empate com o Bangu, dez partidas oficiais com o time principal em 2020. As duas primeiras rodadas do Campeonato Carioca foram com equipe improvisada, e os titulares estrearam em 26 de janeiro. Período curto, mas movimentado no Nilton Santos. Em poucos meses, o clube já trocou o treinador e mudou a forma de jogar.
O Botafogo sai dessas dez partidas com cinco vitórias, três empates e duas derrotas.
O aproveitamento de 60% não é ruim, mas o desempenho do time ainda não agrada. Depois de dificuldades para passar por Caxias do Sul e Náutico na Copa do Brasil, o Alvinegro conseguiu apenas uma vantagem simples no jogo de ida contra o Paraná, no Nilton Santos, pela terceira fase. Além disso, soma duas derrotas por 3 a 0 em clássicos contra Fluminense e Flamengo. Bateu o outro rival carioca por 1 a 0, mas o Vasco tinha time reserva.
O aproveitamento cai para 50% se incluídas as derrotas nos dois primeiros jogos da Taça Guanabara. Foram as primeiras partidas do ano, e o clube optou por usar reservas e atletas da base enquanto o grupo principal terminava a pré-temporada no Espírito Santo.
Números do Botafogo
- 13 jogos*
- 6 vitórias
- 3 empates
- 4 derrotas
- 14 gols marcados
- 15 gols sofridos
*Incluído o 2 a 0 sobre o Vitória-ES, em amistoso
Tentativa de mudança
A equipe não teve um início empolgante no ano, o que levou a diretoria a fazer mudanças. Os dirigentes queriam outro estilo de jogo, e por isso mandaram Alberto Valentim embora em fevereiro e contrataram Paulo Autuori. Campeão no Botafogo, o novo comandante chegou com a missão de tornar o time mais ofensivo. O que ainda não apareceu nos números, mas começa a ser esboçado no campo.
O Botafogo fez cinco jogos com Paulo Autuori, com duas vitórias, dois empates e uma derrota.
A intenção, agora, é deixar o time mais agressivo e mais competitivo. Algumas mudanças importantes foram feitas, como as saídas dos veteranos Cícero e Joel Carli do time titular. Aos poucos, o time tenta depender menos da velocidade e pretende melhorar o setor de criação. Para isso, a entrada do japonês Honda é vista como fundamental.
Seja com um ou outro treinador, o Alvinegro ainda tem dificuldade para encontrar a equipe ideal neste início de ano, que foi corrido. Valentim usou a mesma escalação em dois dos cinco jogos, enquanto Autuori ainda não repetiu o time.
Defesa é o calcanhar de aquiles
Dos cinco lugares no setor defensivo, apenas dois têm donos incontestáveis: o goleiro Gatito Fernández, essencial para a classificação diante do Náutico na segunda fase da Copa do Brasil, e o zagueiro Marcelo Benevenuto participaram dos dez jogos.
Os outros três zagueiros do elenco, Carli, Kanu e Ruan Renato, já foram testados no período. Kanu, campeão brasileiro sub-20 junto com Marcelo em 2016, parece ter agradado a Autuori e foi escalado nos últimos três jogos. As laterais são outras posições de instabilidade, o que se reflete no campo: foram 12 gols sofridos nessas dez partidas.
Marcelo, Nazário e Luis Henrique despontam
A partir do meio, a equipe parece um pouco mais definida. Caio Alexandre e Alex Santana se consolidam como dupla de volantes. Mais na frente, Bruno Nazário e Honda (que fez a estreia contra o Bangu) são vistos como os cérebros do time. Luis Henrique e Pedro Raul foram os que mais jogaram no ataque.
O Botafogo ainda é instável e está em reconstrução. Por isso, poucos atletas aparecem como segurança neste momento. Entre eles, três se destacam neste início de temporada: Marcelo Benevenuto, Bruno Nazário e Luis Henrique. Dentre eles, a grande boa notícia é o camisa 14, que se colocou no papel de referência na zaga após a saída de Gabriel.
Nazário e Luis Henrique são apostas que deixam uma boa primeira impressão. Contratado neste ano, o camisa 10 é o artilheiro do time na temporada, com quatro gols. O atacante de 18 anos ainda oscila, mas desponta como grande promessa: já marcou uma vez e deu três assistências em 2020.
Fonte: Globoesporte