Jornal Povo

China não registra nenhum novo caso de contágio local; país teve 34 novos casos, todos importados

PEQUIM — A China anunciou quinta-feira que, nas últimos 24 horas, não registrou nenhum novo caso de contaminação local do coronavírus Sars-CoV-2, embora tenha verificado 34 casos originários de pessoas do exterior, segundo informações oficiais.

Conforme relatado pela Comissão Nacional de Saúde, esses 34 casos importados constituem o maior aumento diário em duas semanas. Segundo a Comissão, os casos importados agora totalizam 189.

Este é o primeiro dia sem casos locais de contaminação desde que as autoridades locais definiram os critérios de contagem em janeiro.

A Comissão também informou oito outros pacientes mortos pela epidemia, elevando o número total de mortes na China continental para 3.245.

Números registrados mostram que o surto de coronavírus parece estar sob controle na cidade de Wuhan, capital da província chinesa de Hubei e onde o Covid-19 foi identificado inicialmente em dezembro de 2019.

De acordo com o balanço mais recente, atualmente existem apenas 7.263 pacientes ainda em tratamento médico na China para a infecção por COVID-19.

Fim do bloqueio

O país já planeja o fim do bloqueio de Wuhan. Ele acontecerá quando não houver novos casos por 14 dias.

No entanto, medidas estritas de controle e prevenção de doenças ainda serão necessárias para evitar uma possível recuperação, informou o China Daily na quinta-feira, citando o epidemiologista Li Lanjuan.

Li é o diretor do Laboratório Estatal de Chaves da China para Diagnóstico e Tratamento de Doenças Infecciosas.

— Se nenhum novo caso de coronavírus for relatado por 14 dias consecutivos em Wuhan após o último caso relatado, acreditamos que será o momento em que o bloqueio poderá ser gradualmente levantado — disse Li ao China Daily. — Esperamos que novos casos deixem de aparecer em meados ou no final de março.

— Depois que o bloqueio for afrouxado, ainda precisamos executar estritamente medidas de rotina para prevenir e controlar o vírus, a fim de evitar uma possível recuperação do surto — completou.

Wuhan, uma cidade de 11 milhões de habitantes e a capital da província central de Hubei, está fechada desde o festival do Ano Novo Lunar em meados de janeiro e continua sendo a única cidade ainda designada como “de alto risco” na província e sujeita a rigorosas restrições. proibições de viagens.

O número de mortos pelo coronavírus em Hubei era de 3.130 em 18 de março, representando mais de um terço da contagem global de mais de 8.000 mortes.

Pequim tem recorde de casos importados

As novas infecções importadas de coronavírus atingiram um recorde de 21 em Pequim na última quarta-feira, aumentando a pressão para que as autoridades da capital chinesa examinem passageiros infectados e isolem casos suspeitos.

Os esforços recentes da China para combater a epidemia vêm se concentrando cada vez mais em viajantes que ingressam no país, já que o vírus se espalha rapidamente em todo o mundo — o que cria a perspectiva de uma segunda leva de infecções no país.

“Uma única fagulha pode atear fogo no campo”, escreveu o jornal estatal em língua inglesa China Daily em um editorial.

A maioria dos contágios foram importados por viajantes do Reino Unido e da Espanha, entre os 34 casos importados novos da China continental.

Desde a semana passada, o aeroporto da capital está utilizando uma zona especial para voos internacionais, e todos os passageiros que desembarcam têm que se submeter a exames médicos. Os viajantes que não estão em trânsito são enviados a locais designados para uma quarentena compulsória de 14 dias.

Pequim também suspendeu as quarentenas voluntárias para recém-chegados do exterior, mesmo se a pessoa tiver um lugar para ficar isolada sozinha, o que vinha sendo permitido, disse a mídia estatal nesta quinta-feira.

Alguns voos internacionais a Pequim operados por empresas aéreas chinesas serão redirecionados para cidades próximas, como Tianjin, Shijiazhuang, Taiyuan e Hohhot, informou o veículo de notícias financeiras Caixin na quarta-feira, citando fontes não identificadas.

Tais reportagens levam a crer que a capital pode ter atingido o limite de sua capacidade de examinar visitantes vindos de fora, disse o editorial do China Daily.

Guangdong, uma província do sul, relatou nove casos importados novos, e Xangai teve duas infecções novas do exterior, o que eleva o total de casos importados a 189.

A partir desta quinta-feira, as pessoas que entrarem em Guangdong depois de terem visitado países com taxas altas de infecção ficarão em quarentena durante 14 dias em casa ou em um centro médico centralizado, disse a agência oficial de notícias Xinhua.

Fonte: O Globo