Jornal Povo

Médicos e enfermeiros reclamam da falta de equipamentos de proteção no RJ; 130 profissionais estão afastados

Pelo menos 100 enfermeiros e 30 médicos do Rio de Janeiro estão afastados de suas funções por contágio ou suspeita do novo coronavírus. As informações são do diretor do Conselho Regional de Enfermagem, Glauber Amâncio, que destaca a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) como um dos principais motivos para os contágios.

Com medo de retaliações, os médicos e outros profissionais enviam as denúncias aos sindicatos, que já contabilizam diversos relatos desde o início da pandemia. De acordo com Glauber Amâncio, as informações estão sendo encaminhadas para o Ministério Público, Ministério Público do Trabalho e Vigilância Sanitária.

“O Conselho Regional de Enfermagem já recebeu 127 denúncias de profissionais de enfermagem, em sua grande maioria sobre a falta do EPI (…) em relação à exposição pela falta do EPI, nós temos 15 mil profissionais de enfermagem expostos e 4 mil profissionais médicos expostos”, diz o diretor do conselho.

O médico também destacou as principais faltas nos hospitais, de acordo com as denúncias:

  • Unidades de saúde sem sabão;
  • Falta de máscaras N95;
  • Falta de papel toalha;
  • Falta de máscaras cirúrgicas; e
  • EPIs fora dos padrões.

Um dos exemplos da falta de equipamentos de proteção, enviado à TV Globo, mostra profissionais utilizando sacos plásticos no lugar dos capotes cirúrgicos no Hospital Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio.

O que diz o Estado

A Secretaria Estadual de Saúde informou que começou a distribuir 5 mil máscaras doadas pelo Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA) e Federação das Indústrias do Estado do RJ (Firjan) em hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) nesta quarta-feira (1).

A pasta também anunciou a compra de 1,5 milhão de máscaras cirúrgicas, 150 mil máscaras de proteção, 300 mil óculos de proteção e 600 mil aventais, além gorros cirúrgicos e luvas de proteção para abastecer unidades que receberão vítimas da Covid-19.

Segundo a secretaria, as entregas são feitas pelos fornecedores seguindo solicitação da pasta.

Policiais militares sem proteção

Policial militar orienta banhista no Rio de Janeiro durante pandemia do novo coronavírus — Foto: G1 Rio
Policial militar orienta banhista no Rio de Janeiro durante pandemia do novo coronavírus — Foto: G1 Rio

Assim como os médicos e enfermeiros, os agentes da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro também reclamam da falta de itens importantes para proteção individual, como álcool em gel, luvas e máscaras.

Os PMs também relatam o uso compartilhado da mesma arma entre agentes, assim como outros objetos, e que não há qualquer tipo de orientação sobre essas situações.

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Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a corporação fechou contrato com um fabricante de máscaras PFF2/95 para compra de 60 mil unidades e que o primeiro lote, com 5 mil, foi entregue na quarta-feira (1).

Os lotes restantes seriam distribuídos a cada dois dias. Também afirmou que foram adquiridos, em caráter emergencial, 50 mil litros de álcool líquido com 70% de concentração para limpeza de superfícies e viaturas, e 900 mil embalagens de álcool em gel.

Confira a nota na íntegra:

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que o comando da corporação não está medindo esforços para adquirir os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários à atuação dos policiais militares. Os EPIs são destinados tanto aos policiais militares que trabalham diuturnamente nas ruas para garantir o isolamento social, como também para o efetivo lotado nas unidades de saúde.

Para os policiais militares que trabalham nas ruas, a Corporação fechou contrato com um fabricante de máscaras PFF2/95 para compra de 60 mil unidades. O primeiro lote, com 5 mil máscaras, já foi entregue hoje (quarta-feira). Os lotes restantes serão distribuídos a cada dois dias. Vale ressaltar que esse tipo de máscara pode ser reutilizado após a devida higienização. Também em caráter emergencial, foram adquiridos 50 mil litros de álcool líquido com 70% de concentração para limpeza de superfícies, inclusive das viaturas, e 900 mil embalagens de álcool em gel.

Para as unidades de saúde da corporação, que estão com seus estoques em dia apesar do aumento de demanda, já foram adotadas as estratégias necessárias para comprar em tempo hábil máscaras cirúrgicas, luvas de látex e outros EPIs no mercado fornecedor.

Fonte: G1

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