Vice-presidente geral do Fluminense, Celso Barros continua afastado do futebol pela diretoria desde novembro do ano passado. De lá para cá, o dirigente, que fez parte da campanha da chapa de Mário Bittencourt na última eleição, não tem participado mais do dia a dia do clube, seja nas Laranjeiras ou no CT Carlos Castilho. A relação profissional com a diretoria atualmente é zero. Mas ele continua trabalhando suas influências nos bastidores.
Celso conserva seu contato com conselheiros, jogadores e empresários. Um deles chegou a levar o atacante Fernando Pacheco ao aniversário da neta do dirigente em sua casa. Mesmo sem participar mais da política do clube, tem usado o “network” pessoal para vasculhar o mercado atrás de um patrocínio master para apresentar a Mário – o espaço mais valioso do uniforme está vago desde agosto de 2018. Mas uma conversa que tinha em andamento esfriou com a pandemia do coronavírus.
Se no dia a dia do clube o vice-presidente está ausente, nas redes sociais ele tem sido ativo. Em seu perfil no Instagram, ele tem foto com Pacheco e Odair Hellmann; vem comentando sobre as atuações do time; já elogiou Nenê e alfinetou a diretoria; defendeu a paralisação dos campeonatos diante da pandemia e reforçou as recomendações de quarentena. Aos 67 anos e parte do grupo de risco, ele tem ficado confinado em sua casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
No Fluminense, o vice-presidente geral tem sob seus poderes o controle patrimonial e a conservação da sede. Porém, a atual gestão fez alterações provisórias de funções, permitidas pelo Estatuto do clube, para cumprir a promessa de campanha de deixar Celso Barros no futebol. Assim, a vice-presidência da pasta foi extinta e transferida suas atribuições para o vice geral, enquanto as funções de patrimônio passaram para a vice-presidência administrativa.
Por ter sido eleito, Celso não pode ser demitido e só deixará o cargo antes do fim do mandato se renunciar, o que ele negou logo quando foi afastado. Mas, na época, não descartou sair e se tornar oposição no futuro. Procurado pelo GloboEsporte.com, o vice-presidente não quis se pronunciar, mas a reportagem apurou com pessoas ligadas ao dirigente que ele mantém a posição de ser situação, mesmo seu papel sendo apenas “estatutário” atualmente, diante de seu afastamento.
Internamente no clube, Celso é visto como uma pessoa agradável para conversar e trocar ideias, um verdadeiro “boa praça”. Porém, que também tem momentos de teimosia e às vezes reage mal ao ser contrariado. Quando batia de frente com Mário, que também tem personalidade forte, causava incômodo. Na prática, a parceria durou poucos meses, e o momento complicado do time no Campeonato Brasileiro do ano passado acelerou o desgaste.
Há pessoas nos bastidores das Laranjeiras que acreditam que ainda pode haver uma reaproximação entre os dois, mas que seria difícil algum dos lados dar essa passo inicial e conseguir compatibilizar tudo.
Fonte: Globoesporte