Jornal Povo

Famílias do Rio que não foram beneficiadas pelo ‘cartão cesta básica’ estão preocupadas com seu sustento

Famílias que estão sem fonte de renda durante o período de isolamento social e não participam de nenhum programa social estão preocupadas com seu sustento.

Elas não fazem parte do primeiro grupo de pessoas que serão beneficiadas com o cartão de R$ 100 concedido pela Prefeitura do Rio e dizem que estão passando dificuldades.

“Eu sou desempregada, meu esposo é autônomo, roda no Uber, é motorista de aplicativo, e infelizmente a gente teve que ficar parado nessa pandemia. Ele também teve que ficar parado”, afirmou Helena.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, anunciou a criação de um “cartão cesta básica”. Ele vai ter um saldo de R$ 100 e, segundo a prefeitura, poderá ser usado para comprar alimentos em qualquer mercado.

No entanto, nesta primeira etapa, só uma parte dos alunos vai receber o benefício. Segundo a subsecretária municipal de Educação, Rejane Faria, serão mais de 140 mil famílias.

“Nós atenderemos nesse primeiro momento a mais de 140 mil famílias, que são atendidas pelos programas Bolsa Família e Cartão Família Carioca”, afimou Rejane Faria.

A rede municipal de Educação conta com mais de 650 mil alunos matriculados. Quase 80% não devem ser beneficiados nesta primeira etapa porque os pais não participam de programas sociais.

“Eu me encontro desempregada, não tenho nenhum tipo de benefício do governo, então acho que isso é uma injustiça com a gente. A gente que não tem nenhum tipo de benefício do governo também precisa”, disse Jéssica que tem uma filha de 6 anos.

Para a coordenadora do Sepe, Samantha Guedes, a medida anunciada pela prefeitura, de beneficiar neste primeiro momento somente famílias inscritas em programas sociais, é injusta.

“Com a crise se acentuando, nós já temos notícias de responsáveis que perderam seus empregos e os que faziam os famosos ‘biquinhos’ não sabem também da onde tirar dinheiro. É de extrema crueldade decidir qual é a criança que vai receber o alimento. Nós defendemos que todas as crianças recebam cestas básicas”, afirmou a coordenadora.

Segunda fase do benefício

A subsecretária Municipal de Educação, Rejane Faria, disse que as outras famílias poderão ser contempladas numa segunda fase do projeto. No entanto, explicou que o contato será feito só por telefone ou pela internet, para evitar aglomerações.

“A partir de segunda-feira, nós lançaremos um link para que a gente monitore as demais famílias que não forem atendidas dentro desses dois programas. Não é para ir ao banco, não é para ir à escola, ela deve aguardar as orientações seguras da Secretaria Municipal de Educação”, afirmou.

Fonte: G1

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