Os efeitos da paralisação do futebol bateram também na Gávea. Além da primeira parcela de pagamento do zagueiro Leo Pereira, ao Athletico, o clube carioca também não quitou a segunda prestação referente à compra de Thiago, atacante ex-Náutico. A primeira parcela (de 300 mil euros) foi quitada no ato da compra e a segunda deveria cair nos cofres pernambucanos dia 1º de abril.
O Rubro-Negro comunicou antecipadamente aos pernambucanos sobre o atraso, alegou que não recebeu repasses de verbas de parceiros e avisou que busca solucionar o débito quanto antes.
A aquisição foi fechada no fim do ano passado por 1,3 milhão de euros. No balanço de 2019, o Flamengo ainda informa débito de 1,05 milhão de euro. São cinco parcelas previstas. A primeira de 300 mil euros em dezembro e as outras quatro de 250 mil euros em abril, junho, agosto e outubro.
Ao blog do PVC, o diretor de futebol Bruno Spindel, que é quem toma frente dessas negociações, disse que o Flamengo “tem boa situação, mas a crise exige repactuar alguns acordos anteriores”. O clube confirma o débito e renegocia datas para quitar seus compromissos.
Thiago, de 18 anos, foi a primeira contratação do Flamengo para a temporada 2020. Ele foi destaque na Série C ano passado e vai custar cerca de R$ 7 milhões ao clube carioca por 70% dos direitos econômicos do jogador – 18% dos direitos econômicos ainda pertencem ao Náutico, com 12% pertencente ao próprio atleta.
Linha de crédito
Depois de perder patrocínio do Azeite Royal, que valia R$ 3 milhões ao Flamengo, ter atraso do repasse de R$ 8,8 milhões da Adidas, o Flamengo vai usar verba de linha de crédito aprovada ainda no ano passado, no valor de R$ 40 milhões. A informação foi revelada pelo jornalista Gustavo Henrique, no canal “Gustavo Henrique Dando Choque”.
No balanço de 2019, ainda não aprovado pelos poderes do clube, o Flamengo relatava no texto sobre o exercício administrativo de 2019:
“Ainda, reforçando a consistência na gestão financeira, o clube dispõe, a partir de 2019, de linha de crédito bancário aprovada e em “stand by” no valor de R$ 40 MM para financiar eventuais contingências no caixa, dada a bem sucedida gestão do fluxo de caixa não foi preciso recorrer a este instrumento até o momento.”
Por enquanto, o Rubro-Negro ainda não acertou redução salarial. No balanço de 2019, divulgado em março, a diretoria analisava ser possível absorver os impactos financeiros por até três meses. Até o momento, o clube ainda não fez mudanças no orçamento.
Fonte: Globoesporte