O último título conquistado pelo Fluminense completa quatro anos nesta segunda-feira. No dia 20 de abril de 2016, o Tricolor derrotava o Athletico-PR por 1 a 0, em Juiz de Fora (MG), e saia vencedor da primeira edição da já extinta Primeira Liga. De lá para cá, o clube 31 vezes campeão carioca, tetra brasileiro e campeão da Copa do Brasil ergueu apenas dois troféus de turnos do Estadual.
No Japão, onde acabou de ser campeão nacional e artilheiro pelo Yokohama Marinos com 15 bolas na rede, o autor do gol do último título tricolor ainda se emociona ao relembrar o feito. Em entrevista ao GloboEsporte.com, Marcos Junior disse que dribla até as 12 horas de fuso horário para continuar acompanhando o clube do coração:
– Fico muito feliz por relembrar um momento tão importante. Tive a felicidade de ajudar o time a conquistar um título inédito. Foi um gol muito marcante para mim, também por ter sido o único da partida. Esta final ficará guardada para sempre na minha memória – recordou o atacante, que deixou o clube no fim de 2018.
Campeão brasileiro e carioca de 2012 e da Primeira Liga de 2016 pelo Fluminense, Marcos Junior também lamentou o jejum recente do clube, agora há quatro anos na fila. Questionado sobre o motivo da falta de títulos, ele acredita que os problemas extra-campo têm influência e que faltou um planejamento melhor nas últimas temporadas:
– É um pouco complicado falar o que falta. A maioria dos clubes está passando por dificuldades, isso é certo. E isso, em muitas ocasiões, acaba passando para o campo e prejudica no resultado final. Mas acho também que falta um pouco de planejamento – ponderou o jogador, que chegou a pedir a renúncia do presidente Pedro Abad em sua última temporada nas Laranjeiras.
Confira outros trechos da entrevista:
GloboEsporte.com: Como está sua passagem pelo Japão? Estamos vendo que você tem feito muitos gols e caiu nas graças da torcida…
Marcos Junior: – Estou muito feliz aqui no Japão. Minha adaptação foi muito rápida e tive a ajuda de todos. O campeonato é extremamente organizado e tudo que é prometido é cumprido. O jogador fica mais tranquilo. Logo no meu primeiro ano, consegui ajudar o time a conquistar a J-League, o que poucos esperavam. Além disso, fui artilheiro do campeonato jogando em uma posição um pouco diferente, vinha mais de trás e me aproximava dos atacantes.
Como está a situação do coronavírus no Japão? Como está sua rotina?
– Estamos treinando em separado. Fico fazendo um trabalho à parte e cumprindo com as recomendações. O campeonato tinha uma data para voltar, mas pelas circunstâncias ficou determinado que isso não acontecerá no momento. Vivemos um momento complicado, precisamos ter responsabilidade.
Tem conseguido acompanhar o Fluminense daí?
– É claro que sempre acompanho o Fluminense, mesmo com o fuso horário um pouco complicado. Assisto à maioria dos jogos. Ainda tenho contato com alguns profissionais de lá, e o meu amor pelo clube não mudará nunca.
Quando saiu, ficou uma pendência de pagamento do Fluminense com você. Já te pagaram? Pensa em entrar na Justiça para cobrar?
– Conversei com o Mário Bittencourt (presidente) sobre essa questão. Fizemos um acordo, mas, até o momento, não recebi nenhuma das parcelas. Ele me deu a palavra que iria resolver a situação. Estou aguardando.
– Me formei como jogador de futebol no Fluminense e entendo a situação complicada do clube. Pelo carinho que tenho, não penso em colocar o clube na Justiça neste momento.
Pensa em um dia voltar ao Fluminense?
– É claro que penso em voltar um dia, todos sabem disso. Mas estou muito feliz aqui, muito mesmo. Depois de muito tempo, o Yokohama voltará a disputar a Liga dos Campeões da Ásia, que é a competição mais importante por aqui. Quero ajudar o clube neste momento.
Fonte: Globoesporte