Jornal Povo

Para ter Sergio Moro, Witzel anuncia uma ‘Secretaria de Justiça’ no RJ

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, anunciou um convite para que o ex-ministro Sergio Moro ocupe uma Secretaria Estadual de Justiça, ainda a ser criada. A informação foi publicada pelo UOL e confirmada ao Jornal Povo na manhã deste sábado (25) pelo governo do estado.

Segundo Witzel afirmou ao UOL, Moro “poderia fazer a integração entre Ministério Público, as polícias Civil e Militar, e o Judiciário”.

“Eles precisam estar integrados, alinhados com instituições federais, no combate ao crime organizado, no aprimoramento da Justiça do estado. Quem faz essa integração hoje sou eu. Intensificaríamos o trabalho de combate à lavagem de dinheiro e daríamos o espaço político para ele trabalhar”, disse, na entrevista.

Sergio Moro anunciou sua demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública na última sexta-feira (24), durante uma entrevista coletiva, após um ano e quatro meses no governo do presidente Jair Bolsonaro. A demissão ocorre após a troca do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.

Elogio ainda na sexta

Em uma mensagem postada em uma rede social, Witzel já tinha afirmado que gostaria de contar com Moro em sua gestão.

“Assisto com tristeza ao pedido de demissão do meu ex-colega, o Juiz Federal Sergio Moro, cujos princípios adotamos em nossa vida profissional com uma missão: o combate ao crime. Ficaria honrado com sua presença em meu governo porque aqui, vossa excelência, tem carta branca sempre”, publicou.

Jornal Povo pediu um posicionamento à assessoria de imprensa da pasta, que informou que Moro não vai se manifestar.

Em pronunciamento, Moro se queixou de não ter cumprida a promessa de ter “carta branca” no governo.

Moro disse ainda que o problema não é a troca em si, mas o motivo pelo qual Bolsonaro tomou a atitude. Segundo o agora ex-ministro, Bolsonaro quer “colher” informações dentro da PF, como relatórios de inteligência.

“O presidente me disse mais de uma vez, expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligência, seja diretor, seja superintendente. E realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação”, declarou o ex-ministro.

Sergio Moro — Foto: JN
Sergio Moro — Foto: JN

Fonte: G1