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Lembra dele? Ex-Botafogo, Octávio tenta volta por cima na Bulgária: “Estou dando tudo de mim”

Octávio é um dos jogadores revelados pelo Botafogo nesta década. Você se lembra dele? O meia, que apareceu na equipe profissional em 2013, não teve tantas chances no Alvinegro e, aos 26 anos, tenta dar a volta por cima na Bulgária, país onde vive desde janeiro de 2020. Em seu oitavo clube na carreira, o jogador acredita que esta pode ser uma temporada especial.

– Cheguei ao Beroe no final de janeiro e já pude perceber nos amistosos que os jogos aqui são mais físicos, diferentes da Bélgica, onde também joguei, que são mais dinâmicos. O clube me recebeu de braços abertos, o presidente, os diretores e o grupo de jogadores. Todos fizeram eu me sentir muito em casa, então isso ajuda na adaptação. Fizemos quatro jogos, pude jogar os quatro e marcar um gol.

“Eu aprendi muito nesse tempo, estou dando tudo de mim para que tudo possa dar certo, e eu acredito que vai dar”.

O meia chegou à base do Botafogo em 2009. Quatro anos depois subiu ao time profissional, onde fez 32 jogos e um gol entre 2013 e 2016. No Brasil, teve passagens ainda por ABC, Tupi, Volta Redonda e Perilima. Neste ano, começou sua terceira experiência na Europa depois de fechar com o Beroe, da Bulgária. Antes, passou por Fiorentina-ITA e Beerschot Wilrijk-BEL. 

Veja abaixo o papo com Octávio:

Você fez sua base no Botafogo, um dos times que hoje utiliza inúmeros jogadores da casa em seu elenco. Como você vê essa questão das oportunidades aos mais jovens?

– Cheguei ao Botafogo no final de 2009 para fazer teste, foram dois meses de treinamentos até eu ser aprovado, e em 2013 fiz meu primeiro jogo profissional! A base do Botafogo tem muita qualidade, os jogadores estão recebendo suas oportunidades pela qualidade, mas também pela situação financeira que o clube se encontra. Nem todos os jogadores que vêm da base já estão prontos, alguns precisam de uma adaptação e outros não.

“Acredito que, se não houver paciência com alguns jogadores, um talento pode passar despercebido”.

Por que você não se firmou no time profissional do Botafogo?

– Em 2013, o elenco era muito qualificado. Na minha posição tinham jogadores consagrados e estavam bem na temporada: Seedorf, Lodeiro, Rafael Marques, entre outros. Acredito que foi por uma falta de sequência, todo jogador precisa de sequência pra ganhar ritmo e confiança.

Antes da Bulgária, você teve outras duas oportunidades internacionais na sua carreira. Na Itália, em 2015, não conseguiu sequência e ainda teve uma lesão. Esse episódio atrapalhou seu desenvolvimento naquele momento?

– Na Fiorentina, eu fiquei os seis primeiros meses me adaptando, já que o clube brigava por uma vaga na Champions League naquela temporada. Tínhamos grandes nomes, como Cuadrado, Mario Gomes, Neto e depois chegou o Salah. Me machuquei, acredito que atrapalhou em uma futura compra do clube, mas hoje não sinto mais nada, depois disso não me machuquei mais, estou 100%.

Qual foi o momento mais difícil da sua carreira até então?

– Foi em 2019, quando assinei com um clube da Paraíba (Perilima), não recebi o que era meu de direito, tentei fazer um acordo para ter minha liberação e voltar a jogar, mas não foi possível. Entrei na Justiça do Trabalho e tive que esperar uma liberação por lá, o que aconteceu só em dezembro. Com isso, perdi todo o ano de 2019. O processo ainda continua, mas pude voltar a treinar, a jogar e retomar a minha carreira.

Sobre a pandemia do novo coronavírus, como está essa situação na Bulgária? Você está sozinho aí ou tem sua família?

“Estamos há mais de um mês sem treinos e jogos. O clube informou aos jogadores que não podemos sair do país e fez uma redução de 30% nos salários”.

– Todos os jogadores entenderam e não tivemos qualquer contestação. Estou com minha esposa e só saímos para ir ao supermercado e à farmácia. É complicado esse novo momento que estamos vivendo, mas temos que acreditar que vai melhorar e que a vida vai voltar ao normal, só podemos esperar e ter fé.

Fonte: Globoesporte