A Polícia Civil do Rio cumpre na manhã desta terça-feira cinco mandados de prisão e 68 de busca e apreensão contra suspeitos de lavar dinheiro de uma milícia que atua na Baixada Fluminense. O foco da operação Pax Romana, no entanto, é o bloqueio de bens e contas dos integrantes do grupo. Quatro homens foram presos até agora.A investigação tem como objetivo quebrar financeiramente uma milícia que atua na Baixada Fluminense. Segundo a delegada Patrícia Alemany, chefe do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), as investigações começaram a partir de relatórios de inteligencia financeira. A ação visa a indisponibilidade de 33 imóveis e 115 veículos, além do bloqueio de 207 bens no valor total de mais de R$ 29 milhões. A operação está em sua primeira fase e percebeu a integração da organização com a milícia com empresas de fachada, como empresas de gás. “Um dos cabeças da quadrilha era há cerca de dez anos um vendedor de gás, agora tem patrimônio de R$ 15 milhões”, disse a delegada em entrevista à TV Globo. O Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) realiza a operação com apoio da Receita Estadual e da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
A investigação, iniciada a partir de relatório de inteligência financeira do Coaf, apurou que a organização criminosa usava uma empresa distribuidora de gás para fazer a lavagem de dinheiro proveniente da prática de crimes. A quadrilha atua em bairros da Zona Oeste e nos municípios de Nova Iguaçu e Seropédica, na Baixada Fluminense.
De acordo com o apurado, foram identificadas movimentações incompatíveis dos investigados e pessoas jurídicas em mais de R$ 1 milhão, entre os anos de 2016 e 2018. O bando teria movimentado ainda cerca de R$ 28 milhões de transações atípicas, no período de 2018 a 2019, e aproximadamente R$160 milhões só no mês de janeiro desse ano.
Durante as investigações foram identificados ainda outros crimes praticados pela organização criminosa, que impedia a livre concorrência de empresas e serviços nas regiões onde agem, obrigando os moradores a consumirem produtos e serviços oferecidos ilegalmente por eles. A quadrilha é investigada pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais e crime contra a ordem econômica.
Participam da operação policiais das Delegacias de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), Fazendária (Delfaz) e 26ª DP (Todos os Santos).
Fonte: Meia Hora