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Richarlison comemora vaga em “melhor Fluminense do século” e se declara: “Me tornei torcedor”

Richarlison já saiu do Fluminense há quase três anos, mas segue como xodó da torcida. Titular do Everton-ING até a paralisação do futebol e figurinha já carimbada nas convocações de Tite para a seleção brasileira, o atacante, que completa 23 anos neste domingo, ganhou uma espécie de presente de aniversário antecipado: foi escalado no melhor Tricolor do século XXI, ao lado de ídolos como Deco, Thiago Silva e Fred. A enquete foi realizada pelo GloboEsporte.com e contou com a votação do público.

– É uma honra muito grande, ainda mais porque me colocaram ao lado do Fred, que foi um cara muito importante na minha chegada ao Fluminense e me ajudou muito, e a frente de caras que são grandes ídolos do clube e do futebol brasileiro, como Washington e Romário – disse em conversa com o GloboEsporte.com.

“Apesar de ter ficado por pouco tempo, sempre vesti a camisa e honrei o clube toda vez em que entrei em campo. É um reconhecimento enorme do meu trabalho e motivo de muita alegria”.

Richarlison em ação pelo Fluminense — Foto: André Durão
Richarlison em ação pelo Fluminense — Foto: André Durão

Richarlison chegou ao Fluminense em 2016, depois de boa temporada pelo América-MG, clube que o revelou, e ficou até meados de 2017 – sua última partida pelo Tricolor foi em 26 de julho, na vitória por 2 a 1 sobre a Universidad Católica, não a tradicional do Chile, mas sim a do Equador, pela Copa Sul-Americana. Ao todo, ele disputou 67 jogos e marcou 19 gols.

Após uma temporada e meia no Flu, Pombo, apelido que ganhou por conta de sua dancinha, foi para o Watford-ING, e um ano depois fechou com outro clube inglês: o Everton.

Richarlison gol Everton Brighton — Foto: AFP
Richarlison gol Everton Brighton — Foto: AFP

Mesmo em terras europeias, Richarlison continua acompanhando o Fluminense e constantemente mostra sua torcida. Na última quarta-feira, inclusive, postou no Twitter (veja mais abaixo) que estava acompanhando a live do rapper Xamã, em que foram lançadas oficialmente as novas camisas do clube, confeccionadas pela Umbro.

“Sempre que posso e não fica muito tarde por causa do fuso horário, assisto aos jogos. As notícias eu vejo todos os dias (risos). Me tornei um torcedor por todo carinho que tive da torcida e dos amigos que fiz no clube”.

– Acho que o time atual é muito bom. Ano passado foi difícil, mas se essa equipe estiver bem encaixada, pode fazer uma campanha bem melhor no Brasileirão e pensar em coisa bem melhor do que em 2019 – acrescentou.

A resenha com o atacante rendeu e abordou outros temas, como: quarentena, ajuda na luta contra o novo coronavírus, jogos inesquecíveis pelo Fluminense e alguns bastidores da época. Mas chega de “spoiler”…

Leia a entrevista completa:

GloboEsporte.com: antes de falar sobre futebol, é preciso debater sobre a pandemia do novo coronavírus. Como tem sido esse período de quarentena para você?

– Eu passei um tempo na Inglaterra e fui ao Brasil passar alguns dias com a minha família. Como não podia sair de casa, acabei ficando só fazendo os treinos com o preparador, jogando videogame e assistindo Big Brother (risos). Foi bom passar esse tempo por aí e estar com a minha família novamente. Deu para matar a saudade. E consegui manter as atividades e fazer tudo que o Everton pediu da parte física.

Você se tornou o primeiro embaixador do programa USP Vida, que busca ajudar na luta contra o novo coronavírus. Como você ficou sabendo sobre esse projeto?

– Eu pedi à minha assessoria para pesquisar uma entidade séria que estivesse trabalhando para minimizar os efeitos do coronavírus e, coincidentemente, a USP estava lançando o USP Vida, que é um programa de arrecadação para financiar as pesquisas da universidade. Nós conversamos e eu coloquei todas as minhas redes sociais e minha imagem à disposição deles para ajudar na arrecadação. Lançamos a Tabelinha de Craques, que é um desafio de emabaixadinhas para que as pessoas pudessem ter acesso às redes sociais da Universidade e ao site de doação.

“Sou cada vez mais fã do trabalho desses caras, porque eles são heróis de verdade. São pessoas que saem de casa todos os dias, se arriscam e abrem mão do convívio com suas famílias para buscar uma solução para o problema”.

– Vou ajudar sempre que puder e acredito que, em um momento como esse, quem tiver condições também precisa auxiliar com doações e divulgando essas ações em suas redes sociais. Espero que as pessoas se divirtam com a brincadeira das embaixadinhas, mas também se conscientizem da importância do trabalho dos pesquisadores e possam doar para ajudar.

Voltando ao futebol: se você pudesse escolher um jogo inesquecível com a camisa do Fluminense, qual seria? E por qual motivo?

– Tem muitos jogos especiais, posso citar dois? Acho que o jogo do meu primeiro gol pelo Fluminense, no Fla-Flu. Ainda estava me adaptando, sentia que estava jogando bem, pegando ritmo, mas faltava um golzinho para me trazer confiança. E marcar em um dos maiores clássicos do futebol mundial foi um dos momentos mais especiais da minha vida. E foi um jogo que eu fiquei em campo só uns 10 minutos, porque tomei uma pancada e acabei me machucando um pouco depois. Mas foi o suficiente (risos).

– Além desse, teve o clássico contra o Botafogo, em que fiz dois gols e dei uma assistência, que também está na minha listinha de jogos inesquecíveis. A gente estava perdendo por 2 a 0, e no segundo tempo viramos o jogo. Fiz um de pênalti, um de canhota e dei assistência para o Renato Chaves.

Tem alguma histórica bacana que você lembra dos bastidores da época de Fluminense? E como era a relação com o grupo?

– São várias histórias bacanas também, difícil escolher só uma. Uma das que eu mais gosto é de quando voltei do Sul-Americano Sub-20, no começo de 2017. Eu tinha direito a um mês de férias, porque fiquei dezembro treinando pela seleção e não consegui descansar. Me reapresentei no clube, o Abel disse que contava comigo, e eu abri mão da folga. Fiquei só três dias em casa descansando um pouco, voltei e já marquei dois gols logo no primeiro jogo. Depois, é história.

“Mas a confiança que o Abel me passou ali foi muito importante para que eu crescesse e me firmasse na equipe. E eu vi que também poderia contar com ele. Foi um cara muito especial na minha carreira, um paizão mesmo”.

Abel e Richarlison na época de Fluminense — Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC
Abel e Richarlison na época de Fluminense — Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC

– A relação com o grupo sempre foi a melhor possível, desde o início. Quando eu cheguei, quebrei o pé em um treino e precisei fazer uma cirurgia. O Fred, Pierre e todos outros jogadores, funcionários, me mandavam vídeos dando força todos os dias. Aquilo me ajudou muito a me recuperar e a me sentir querido no clube. Por isso que tenho tanto carinho por aquele grupo e todos se tornaram grandes amigos.

Para fechar, como você define o período em que defendeu o Fluminense, clube onde você conquistou a torcida rapidamente?

– Eu também tenho muito carinho por eles. É uma torcida que me abraçou e me apoiou mesmo quando as coisas não estavam tão boas. Sou muito grato ao clube e aos torcedores por isso. Foi um período onde aprendi e cresci muito. Tive uma lesão logo no começo, mas com o tempo fui conquistando o meu espaço e o primeiro semestre de 2017 foi muito especial, porque eu finalmente consegui mostrar meu futebol e fazer gols.

“Vou carregar o carinho e a gratidão pelo Flu para o resto da minha vida”.

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Fonte: GE

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