As declarações de empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro e candidato a prefeito do Rio pelo PSDB, trouxeram de volta a teoria de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenta interferir nos trabalhos da Polícia Federal e obter relatórios das investigações. Também trouxe de volta o nome de Alexandre Ramagem, nome indicado pelo presidente para a diretoria-geral da PF e amigo pessoal da família, que teve sua nomeação barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi delegado da Operação Cadeia Velha, em 2017, que originou na Operação Furna da Onça. Ramagem foi quem teria dito a Flávio Bolsonaro das investigações envolvendo o nome dele. Paulo Marinho já havia dito que as informações teriam sido vazadas por um delegado de dentro da corporação.
Entretanto, há quem diga que não foi Ramagem. A jornalista Thaís Oyama, autora do livro ‘Tomenta – O governo Bolsonaro: Crises, intrigas e segredos’, afirma que foi outro delegado de dentro da Polícia Federal que falou com Flávio sobre as investigações. Esse delegado, que atende por um apelido dentro da PF, também havia dito a família que o relatório da Coaf que deu origem às investigações apontava uma movimentação de quantias milionárias com valores de até R$ 6 milhões, na conta de Flávio Queiroz, na época o assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
A Procuradoria Geral da República (PGR) vai ouvir o empresário Paulo Marinho em depoimento e anexar o que for dito por ele no inquérito de investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao presidente Jair Bolsonaro na tentativa de tentar interferir no trabalho da Polícia Federal. Paulo, que foi apoiador ferrenho de Bolsonaro na época da campanha a presidência em 2018, fazendo até mesmo de sua casa QG de campanha, revelou também que tem elementos que podem provar que que todas as declarações feitas por ele no último final de semana ao Jornal Folha de São Paulo são verdadeiras. Entre esses elementos estão uma passagem de avião a São Paulo. É lá que fica o hotel Emilliano, que é onde fica a sala que teria acontecido a conversa entre o Paulo, Gustavo Bebianno e o advogado Victor Alves, que trabalha com Flávio Bolsonaro, sobre o vazamento das informações das investigações contra Flávio.