Jornal Povo

Dívidas, clube-empresa, pandemia e mais: VP financeiro abre o jogo sobre o Botafogo

Em um papo com os setoristas Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras, o dirigente alvinegro abre o jogo sobre as dívidas do clube e uma possível solução, andamento do projeto clube-empresa e os desafios enfrentados durante a pandemia do novo coronavírus. Leia abaixo alguns tópicos da entrevista.

Sem o passado de dívidas, o clube teria condições de ser saudável com as receitas de hoje

O último balanço financeiro publicado pelo Botafogo, referente ao ano de 2019, apresentou déficit de mais de R$ 20 milhões, aumentando o patrimônio negativo do clube para R$ 729 milhões. Luiz Felipe Novis explica que o resultado já era esperado e que a dívida alvinegra só seria resolvida com uma capitalização significativa.

– O balanço apresentou um resultado negativo, já era esperado, mas não foi tão ruim como eu imaginava que seria. Conseguimos na reta final do ano melhorar algumas contas, e o prejuízo ficou abaixo do que esperávamos no meio do ano. São problemas crônicos do Botafogo. A única maneira de se resolver a dívida do Botafogo é uma capitalização no clube que, em números mínimos, corresponde ao investimento que se pretende com a S/A.

– O problema atualmente não é de gestão, não adiantaria a gente continuar fazendo gestão ou trazer um excelente comercial porque não traria dinheiro novo no nível de recurso que a gente precisaria para resolver a questão do capital de giro, que decorre dos problemas trazidos pela dívida antiga – esclareceu Novis.

Perguntado se o Botafogo seria capaz de manter o funcionamento do clube em dia com as receitas que tem hoje, o VP financeiro respondeu que sim. O problema está no passado de dívidas, que só se acumulam ao longo dos anos.

– O Botafogo só vai se resolver quando for criado um projeto de captação significativo para que se tenha fôlego para reestruturar essa dívida. A parte operacional sempre foi positiva, tudo que o clube recebe é maior do que gasta para funcionar. Esse lucro operacional, infelizmente, não é capaz de resolver a dívida.

O dirigente do Botafogo comentou ainda a principal fonte de receitas do clube atualmente, as ajudas de botafoguenses ilustres como Carlos Augusto Montenegro e os irmãos Moreira Salles, além de fazer uma avaliação sobre os gastos com manutenção do Estádio Nilton Santos.

“Ajuda” do dólar no projeto S/A

A transformação para o modelo de clube-empresa é a grande esperança da diretoria para sair desse desafogo financeiro. Projeto que ficou em cheque pela pandemia do novo coronavírus. Novis explica que as cifras foram readequadas à nova realidade imposta após a crise mundial.

– Quando apresentamos o projeto no conselho, os valores eram até superiores a esse (R$ 200 milhões). Estavam na casa dos R$ 300 milhões. Com a pandemia, todas as nossas projeções mudaram. É uma nova realidade. Uma coisa é buscar R$ 300 milhões, outra é buscar R$ 100 milhões, R$ 150 milhões… – disse.

Só que os problemas financeiros também podem, por linhas tortas, gerar oportunidades. Para o VP, a desvalorização da moeda brasileira pode atrair novos tipos de investidores.

“O aumento do dólar, nesse ponto, ajudou. O custo do investimento em dólar diminuiu, mas as receitas previstas também diminuíram. Essa mudança de patamar ajudou a ampliar o leque de interessados. Com novos valores, é viável para outros possíveis investidores. Olhando por esse ponto, ajudou o projeto”.

Ainda sobre o assunto, Novis afirmou que acha improvável a aparição de apenas um grande mecenas para bancar a S/A. O dirigente garante que o clube é criterioso na busca para evitar o que considera investidor “abutre” e contou sobre um postulante “exótico” com quem o Alvinegro teve contato em 2019. O VP também falou sobre o andamento das obras do novo CT.

Pandemia pode afetar contas em até R$ 60 milhões

Dentre os planos alvinegros, o clube-empresa não foi o único impactado pela pandemia. Novis conta que todo o orçamento para 2020 teve que ser revisto. O prejuízo pode chegar a R$ 60 milhões, segundo contas iniciais.

Sacrifício que o clube entende ser necessário no momento em que a sociedade luta para preservar vidas. Mas, que já teve consequências em General Severiano, como a demissão de mais de 40 funcionários e outros contratos suspensos. O próximo passo, o corte nos salários dos jogadores, ainda não foi tomado. Novis explica porquê.

– Ainda não aconteceu porque nós não vimos sentido em diminuir algo que estamos em débito, que não está em dia. Quando acertar 100% com os jogadores, vamos conversar melhor sobre reduzir o que for possível. É um desgaste grande sobre algo que já estamos em dificuldade de pagar – afirmou.

– Mas, é possível que surjam mais medidas que seremos obrigados. Estamos tentando evitar, mas até o momento em que não comprometa o nosso futuro. Não temos como dar garantias, o momento é de sacrifício – completou.

Agora, ouça o podcast no topo da matéria e confira toda a conversa com Luiz Felipe Novis.

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Fonte: GloboEsporte

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