Rio – A Polícia Federal faz, desde o inicio da manhã desta terça-feira, a Operação Placebo, que investiga desvios na área da Saúde do estado durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Os agentes estão em vários endereços do Rio e de São Paulo, dentre eles o Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC), na Zona Sul do Rio, onde há pelo menos cinco viaturas da PF.
De acordo com a investigação, há um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da gestão da Saúde do estado.
A ação é comandada pela Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal e pretende cumprir 12 mandados de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Dentre os outros endereços em que os agentes estão no Rio, está Leblon e Botafogo, também na Zona Sul, e Grajaú, na Zona Norte, onde o governador morava antes de se ser eleito.
De acordo com a PF, a investigação para a operação começou através de ações realizadas pela Polícia Civil e os ministérios Público estadual (MPRJ) e Federal (MPF). O material foi compartilhado com a Procuradoria-Geral da República (PGR), no âmbito da investigação sobre os desvios na Saúde do estado que está em curso no STJ.
Procurado pelo Jornal Povo, o governo do estado ainda não se manifestou sobre a operação.
OPERAÇÃO FAVORITO
No último dia 14, a PF, o MPF e o MPRJ realizaram a Operação Favorito contra desvio nas instalações dos hospitais de campanha do estado. Na ocasião, foram presas mais de 10 pessoas, dentre elas o ex-deputado estadual Paulo Melo (MDB), o empresário Mário Peixoto, que tem vários contratos firmados com o governo do estado na área da Saúde.
Na ocasião, foram encontrados R$ 21 mil em espécie em um endereço da capital e R$ 1,589 milhão na casa de um dos alvos, em Valença, no Sul Fluminense.
O braço direito do governador Wilson Witzel, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, foi citado em escutas autorizada pela justiça durante as investigações. Tristão foi citado em uma conversa monitorada pelo MPF, entre familiares de Peixoto, e teria participado de uma reunião na casa do empresário durante a quarentena.