Jornal Povo

Na reunião de líderes, Assembleia avisa a Witzel que impeachment ganha força

A reunião do colégio de líderes da Assembleia Legislativa, transmitida pela primeira vez na história por videoconferência na manhã desta terça-feira (02), foi a versão moderna da famosa pajelança — com uma virtual “dança do poder” em torno do presidente André Ceciliano (PT).

Os discursos de deputados de diferentes vertentes, da esquerda à extrema direita, passavam um recado ao governador Wilson Witzel (PSC): o clima, hoje, é totalmente favorável à abertura do processo de impeachment.

— O governador nunca respeitou o parlamento, temos todas as evidências para dar prosseguimento ao pedido e afastá-lo do cargo — disse o bolsonarista Filippe Poubel.

Flávio Serafini, do PSOL, aproveitou para deixar consignada a sua solidariedade ao presidente.

— Witzel fracassou na busca de uma saída para a crise econômica, e mais ainda agora mergulhou em esquemas de corrupção que atrapalharam o combate ao coronavírus. Me solidarizo com o presidente Ceciliano que tem seu nome envolvido nessas conspirações palacianas. Um ataque não só ao presidente, mas a todo o parlamento — afirmou o psolista.

O pedetista Thiago Pampolha também foi foi duro, disse que o governo perdeu a legitimidade e chamou de “governador em exercício” Lucas Tristão, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico.

— Dá tristeza ver o governador perder a capacidade de liderar. Ele abraçou Tristão e virou as costas para o parlamento e a população do Estado do Rio — disse o jovem deputado, que está desde 2010 na Alerj.

Anderson Moraes (PSL) ainda inflamou. Para ele, o momento é de agilizar o processo de impeachment.

— Quando você desvia da saúde, são vidas perdidas. E é isso que tem acontecido no meio de uma pandemia — afirmou.

Parlamentar que era da base do governo Jorge Felippe Neto (PSD) também foi direto:

— Não adianta o governador tentar cooptar deputados, que o grito de independência será dado — avisou.

Fonte: Jornal Extra