Jornal Povo

Professores de colégio tradicional do Rio são afastados após denúncias de assédio

Um dos colégios mais tradicionais do Rio de Janeiro afastou dois professores após denúncias de assédio feitas por alunos nas redes sociais. Como mostrou o RJ2 neste sábado (13), as acusações contra docentes do Colégio Santo Inácio, em Botafogo, na Zona Sul, partiram de alunas e ex-alunas que, desde o início do mês, usaram as redes sociais para cobrar apuração dos relatos.

Pais de alunos se juntaram à cobrança, e em grupos na internet também passaram a cobrar respostas dos gestores do colégio. A direção do Santo Inácio se manifestou pela primeira vez no dia 4 deste mês.

A instituição comunicou que as denúncias que chegam à administração sempre foram e sempre serão “investigadas a fundo, assim como os autores de condutas irregulares comprovadas são e serão punidos”.

Na mesma carta, a escola anunciou a criação de um canal de ouvidoria para receber mais informações. A cobrança dos pais continuou, relatando que a escola foi “omissa” em relação a denúncias de assédio feitas no passado.

O pai de uma ex-aluna disse que nenhuma das filhas foi vítima de assédio, mas que diante da gravidade das acusações decidiu enviar uma carta à direção do Santo Inácio e cobrar providências.

“A questão é que a gente não pode continuar deixando essa coisa acontecendo no âmbito do colégio, são atitudes de uma certa forma que nunca foram tratadas de forma correta, é um machismo latente que ainda existe ali dentro”, se queixou o pai.

Em uma mensagem enviada na última quarta-feira, a direção da escola reconheceu erros na apuração de fatos no passado e afirmou ter se redimido. Na sexta-feira (13), mais uma carta foi divulgada, dessa vez para anunciar medidas concretas, como a criação de um canal de ouvidoria independente para receber todas as denúncias.

“A gente não pode permitir que, pra não ofender a imagem de um colégio, que coisas como essas passem. E esse que foi o erro da direção, o erro da coordenação. A título de não deixar uma coisa manchar o nome da escola ou levar pra boca de ‘matildes’ o nome da escola”, disse o pai.

Fonte: G1