Gilton Santos Pinto asfixiou a arquiteta Thayane Nunes da Silva Santos, de 28 anos, com as próprias mãos, segundo relatório da Delegacia de Homicídios (DH) encaminhado à Justiça. O crime aconteceu na semana passada, na casa do casal, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Gilson foi preso em Angra dos Reis, na Costa Verde, após fugir do local do crime e se envolver num acidente de carro. Com base no laudo cadavérico e no depoimentos de parentes da vítima que presenciaram uma discussão do casal, o juiz Pedro Ivo Martins Caruso D’Ippolito, da Central de Audiência de Custódia, converteu a prisão em flagrante de Gilson em preventiva.
“Diante das declarações das testemunhas, informações presentes no presente procedimento, e peça técnica, verifica-se que houve uma discussão entre as partes, e Gilton a asfixiou, esganando a mesma, com contrição de seu pescoço com as próprias mãos, vindo esta a óbito, indicando a nítida intenção de matar sua companheira Thayane”, escreveu o juiz. Na decisão, o magistrado também rechaçou a tese de que o crime teria sido cometido em legítima defesa: “A vitima não estava na posse de nenhum objeto que pudesse lesionar o autor. Assim, verifica-se que o autor agiu com o intuito de matar a vítima, e não para defender-se de uma injusta agressão”.
Gilton está internado no Hospital Geral da Japuíba sob custódia. O crime aconteceu no apartamento em que o casal morava, num condomício na Estrada Iaraquã. Foi a prima de Thayane que chamou a polícia ao testemunhar uma discussão dos dois. A testemunha tentou arrombar uma janela ao ouvir os gritos da vítima, mas não conseguiu. Quando chegaram ao local, agentes do 40º BPM (Campo Grande) encontraram a arquiteta já morta. O marido dela, segundo relatos de pessoas que moram no prédio, fugiu logo após o crime. Ele trabalha com compra e venda de carros usados.
De acordo com o depoimento de policiais militares que atenderam a ocorrência, após o crime, Gilton saiu do apartamento dizendo que mataria um homem que ele afirmava que seria amante da mulher. De acordo com a investigação, o homem seria um policial militar lotado no 33º BPM (Angra dos Reis) — por isso, o homem estava a caminho da Costa Verde no momento do acidente.
No dia do crime, Gilton postou nas redes sociais um vídeo pedindo “mil desculpas pelo que aconteceu” — mas não disse pelo quê. O vídeo foi apagado depois. “Gente, eu estou aqui pedindo mil desculpas pelo que aconteceu hoje, para depois não me julgarem, julgarem os meus familiares. Porque a vida, é, ninguém sabe o que se passa com um casal”.
Gilton e Thayane eram casados há nove anos. Em seu perfil no Instagram, a mulher tinha mais de 46 mil seguidores e compartilhava sua rotina de malhação e viagens. Ela também postava fotos com o marido. “Entre tapas e beijos, continuamos firme e forte! Obrigada por ser meu companheiro de vida. Te amo”, escreveu ela em 26 de fevereiro deste ano.
O acidente em que Gilton se envolveu enquanto fugia da polícia aconteceu na Rodovia Rio-Santos, na altura do bairro Monsuaba. O suspeito bateu em outros dois carros. Além de Gilton, outras sete pessoas feridas — duas crianças e cinco adultos.
Fonte: Jornal Extra