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Após recorde de desmatamento, Guedes diz a países ricos que Brasil preserva meio ambiente

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira, durante evento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que o Brasil deve avançar em iniciativas para preservar o meio ambiente. Em junho, o desmatamento na Amazônia bateu recorde, segundo números do sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

— O Brasil é um país que alimenta o mundo, preservando seu meio ambiente. Se há excessos e há erros, corrigiremos. Não aceitaremos o desmatamento ilegal, a exploração ilegal de recursos — disse Guedes, durante a Cúpula Ministerial Virtual da OCDE sobre Inclusão Social para a América Latina e o Caribe.

A fala de Guedes ocorre após uma pressão de investidores internacionais sobre mudanças na politica ambiental brasileira.

O movimento começou no fim de junho, quando um grupo de investidores internacionais que gere US$ 3,75 trilhões (cerca de R$ 20 trilhões) em ativos enviou uma carta aberta a embaixadas brasileiras em oito países manifestando preocupação com aumento do desmatamento no no Brasil.

Executivos do país tem sido questionados no exterior sobre as ações da empresas em relação ao meio ambiente. A nova diplomacia do país, que emprega forte conteúdo ideológico contra parceiros comerciais importantes, agrava o quadro. Indústrias com reconhecimento global por práticas sustentáveis passaram a ser indagadas por clientes e investidores lá fora, tendo que gastar energia extra para explicar que nem todos no Brasil têm práticas que põem em risco a preservação da Amazônia.

Em pronunciamentos recentes sobre o assunto, o Guedes vinha evitando admitir que há melhorias a serem feitas na área ambiental e atribuía as críticas a problemas sobre a imagem do país no exterior.

Na fala desta segunda, Guedes repetiu críticas ao que considera serem “falsas narrativas” sobre a gestão ambiental brasileira, mas afirmou que o Brasil quer trabalhar em conjunto com outros países na proteção da Amazônia.

— Nós queremos ajuda, mas não aceitamos falsas narrativas sobre o que aconteceu no Brasil nas últimas décadas — disse o ministro. — Nós pedimos compreensão à comunidade mundial. Muita gente se esconde atrás de políticas protecionistas para seus próprios recursos naturais, sua agricultura, condenando o Brasil. Há interesses protecionistas condenando o Brasil, em vez de ajudando o Brasil.

Na semana passada, o vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia, se reuniu com investidores para mostrar ações na área, em uma estratégia do Palácio do Planalto para evitar uma fuga de recursos.

Fonte: Jornal Extra