Jornal Povo

Crivella decide não abrir escolas municipais na nova fase de flexibilização

Inicialmente previstas para retomarem as atividades na etapa que será iniciada nesta sexta-feira, pré-escolas e turmas de 1º e 2º ano permanecerão sem aulas. Um decreto do fim de junho determina que as aulas da rede municipal de ensino continuam suspensas até o dia 3 agosto. Mas, de acordo com o prefeito Marcelo Crivella, ainda falta um censenso no setor.

— Estamos tentando construir primeiro um acordo com as escolas privadas. Já fizemos diversas reuniões e não conseguimos acordo. Nas escolas públicas ainda não há data de retorno.

Um dos maiores desafios da reabertura das escolas diz respeito à reativação dos refeitórios. A prefeitura precisa testar as merendeiras para verificar se já hum percentual ideal de imunidade entre as profissionais. Só depois disso as cozinhas poderão voltar a funcionar.

— O esforço que estamos fazendo é para abrir os refeitórios. Para isso, estamos testando as 6 mil merendeiras. Se tivermos condições, por exemplo, de 17% testadas com anticorpos, imunizadas, teremos 600 e reabriremos nossas cozinhas nas redes mais carentes.

Pelo plano original da prefeitura, pré-escolas e turmas de 1º e 2º anos voltariam às aulas nesta sexta-feira, quando começa a fase 4 da reabertura. Já na 5ª fase, turmas de 3º e 4º ano das redes pública e privada retomariam suas atividades. E na 6ª fase, retornariam Ensino Médio e Universidades.

Prefeitura já havia recuado antes

Apesar de defender a reabertura das escolas, chegando a alegar que crianças são imunes ao coronavírus, Crivella acabou voltando atrás por não conseguir um acordo entre escolas particulares.

O prefeito promoveu quatro reuniões com representantes da rede privada e de sindicatos, ao longo do último mês. A prefeitura chegou a lançar um protocolo com regras para o retorno às atividades presenciais, determinando o espaçamento entre carteiras e medidas sanitárias. No último dia 26, o prefeito assinou um decreto autorizando a retomada das aulas, de forma voluntária, na rede privada, a partir de 10 de julho. No entanto, voltou atrás após sindicatos não chegarem a um consenso em relação à data e às condições da retomada.

No território fluminense, a suspensão das aulas deixou em casa cerca de 641 mil estudantes da rede municipal, 700 mil da estadual e 418 mil da privada. Somando alunos, professores e auxiliares, são cerca de dois milhões de pessoas diretamente envolvidas no processo educativo no estado. É sobre esse número, analisado à luz de estudos, que se debruçam especialistas consultados pela prefeitura e pelo governo do estado na tentativa de definir uma data para a reabertura das escolas.

A iniciativa de fechar as instituições no começo da pandemia seguiu o exemplo de outros países: segundo dados da Unesco, pelo menos 156 nações determinaram o fechamento de escolas, evitando o deslocamento de cerca de 1,4 bilhão de alunos.

Fonte: Jornal Extra