Jornal Povo

Principais índices de criminalidade do estado caíram no primeiro semestre do ano, segundo ISP

Todos os principais índices de criminalidade do Estado do Rio apresentaram queda no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2019. Os homicídios dolosos tiveram redução de 9,2%, indo de 2.090 no ano passado para 1.898 no primeiro semestre de 2020. Foi o acumulado mais baixo para o semestre desde o início da série histórica, em 1991. Mantida a média de janeiro a junho, o ano fechará com menos de 3.800 homicídios, menor número da história no estado.

Impacto da pandemia

Houve também redução nas mortes em confronto no primeiro semestre, com o índice caindo 12,4% e voltando ao patamar de 2018, sinalizando que o recorde de autos de resistência registrado no ano passado não deverá ser superado, se for mantida a média do primeiro semestre.

A pandemia do coronavírus teve impacto expressivo tanto nos crimes contra a vida quanto naqueles contra o patrimônio. Como afirma o próprio ISP, “Os indicadores podem apresentar queda por causa do distanciamento social, que ajudou na redução da criminalidade, e da diminuição dos registros das ocorrências, resultando em subnotificações”. Os principais índices de roubo — pedestre, veículo, carga, comércio, em ônibus — tiveram quedas acima de 30% no semestre. Os assaltos em ônibus e a pedestre despencaram 43%.

Crimes financeiros foram menos impactados pela pandemia. Um exemplo é o roubo de caixa eletrônico, que teve um crescimento de 56,5% no primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019. Os roubos após saque — as chamadas saidinhas de banco — tiveram queda de 14%, uma redução modesta se comparada aos outros tipos de roubo.

Trimestre da pandemia

Analisando-se apenas os três meses do primeiro semestre nos quais as restrições de circulação e o distanciamento social estiveram plenamente em vigor, a queda nos índices foi ainda maior, mostrando que foi o período de quarentena a puxar para baixo as taxas de criminalidade.

Nesse trimestre, todos os índices analisados tiveram queda maior do que no acumulado do semestre. No caso dos roubos em ônibus (com queda expressiva no número de passageiros) e ao comércio (fechado ou com restrições severas de funcionamento), a redução foi superior a 60%.

As restrições às operações policiais, determinadas pelo ministro Edson Fachin, do STF, em 5 de junho, parecem ter tido impacto relevante nas mortes em confronto. Foram 34 no último mês do primeiro semestre, uma queda de 77,8% em relação às 153 mortes em junho do ano passado. Analisando-se mês a mês, a última vez em que os autos de resistência estiveram abaixo desse número foi em dezembro de 2015, quando foram registradas 29 mortes.

Fonte: Jornal Extra