Jornal Povo

Paes pede para STF apurar uso de robôs em campanha de Witzel admitido em entrevista por secretário de Crivella

O pré-candidato à prefeitura do Rio, Eduardo Paes (DEM), enviou uma petição ao Supremo Tribunal Federal solicitando a investigação sobre o uso de robôs pela campanha do atual governador do Rio, Wilson Witzel, durante o processo eleitoral de 2018. A prática foi revelada pelo ex-titular da Secretaria de Governo estadual e atual secretário de Ordem Pública da prefeitura, Gutemberg de Paula Fonseca, em matéria da revista Piauí.

Na publicação, Gutemberg , dono da empresa de marketing Agência Yxe de Comunicação e Eventos e coordenador da campanha digital de Witzel, afirma que quatro dias antes do primeiro tuno das eleições, acionou nas redes sociais cerca de 200 mil equipamentos de inteligência artificial para o compartilhamento de informações de forma automatizada. Ele contou que a operação contava ainda com cerca de 850 grupos no WhatsApp para divulgar vídeos e mensagens do candidato.

Através de seu advogado, Eduardo Paes pede que o STF apure “em quê consistiram os vídeos e mensagens do candidato e o que fizeram os ‘cerca de 200 mil robôs’”, visando identificar se houve compartilhamento de fake news.
O ex-prefeito lembra ainda que atualmente Gutemberg Fonseca integra o secretariado do prefeito Marcelo Crivella, que será seu adversário nas eleições municipais em novembro, “mostrando-se relevante evitar que os mesmos expedientes anteriormente empregados, que resultaram na eleição do Governador Wilson Witzel, produzam novamente o efeito de desinformar o cidadão”, afirma o texto.

Paes também divulgou em suas redes sociais nesta sexta-feira um documento intitulado ‘Proposta para boas práticas de privacidade e proteção de dados no contexto de campanhas eleitorais’, para ser apresentado aos demais candidatos à eleição municipal desde ano, firmando um acordo contra a manipulação das informações pela internet durante o pleito.

– Acho que é muito importante que a gente evite a utilização desses robôs, de perfis falsos, para que a gente proteja a população para que ela possa escolher livremente os seus candidatos, como aconteceu no caso conhecido da Cambridge Analytica – explicou o ex-prefeito do Rio, se referindo à consultoria britânica que atuou na campanha presidencial dos Estados Unidos que elegeu Donald Trump.

Fonte: O Globo