Jornal Povo

Uerj anuncia retomada das aulas de forma remota

RIO — Após quatro meses, os alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) voltarão a ter aulas, no modelo remoto, a partir de 14 de setembro. O período letivo vai ser encerrado em 12 de dezembro.

O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Csepe) da instituição aprovou nesta quinta a execução do Período Acadêmico Emergencial (PAE), que será composto de 13 semanas de atividades letivas remotas.

Com o novo calendário, haverá um novo prazo para inscrição em disciplinas, que se inicia em 3 de setembro. O encerramento das atividades, após as avaliações finais, está marcado para o dia 19 de dezembro. Já para os estudantes aprovados nas reclassificações do vestibular deste ano, as matrículas serão abertas em agosto, também de forma online.

A Uerj ofecerá atividades letivas emergenciais por plataformas gratuitas de ensino, com carga horária equivalente às das aulas presenciais anteriormente programadas. Os alunos serão dispensados da frequência presencial, mas terão participação controlada no novo modelo.

Segunda a instituição, o número mínimo de disciplinas exigido no semestre será reduzido. Mas o estudantes deverão se inscrever em pelo menos uma disciplina, obrigatória ou eletiva. Além disso, será garantida até o término do PAE — para calouros e veteranos — a possibilidade de trancamento especial para aqueles que se sentirem impedidos de realizar as atividades emergencias.

O estudante de jornalismo da Uerj, João Victor Brandão Camargo, de 24 anos, entende que é importante pensar na garantia de direitos de todos os universitários:

— É uma situação delicada. Eu sou favorável ao modelo sancionado pela Uerj desde que haja garantia de que todos os estudantes terão oportunidade de acessar o ensino remoto. Principalmente no que se refere ao tema da inclusão digital e permanência das bolsas para estudantes cotistas que optem por trancar a matrícula durante esse período de três meses. Se os alunos não tiverem a oportunidade de estudar, estamos excluindo pessoas do ensino superior, o que contribui para a manutenção de injustiças — comenta.

Quem pondera a retomada das aulas pela instuição é o estudante do 7º período de engenharia química, Felipe Alkaim:

— Existem dois lados. A universidade tem um histórico de greves, o que atrasou a minha conclusão de curso e de outros estudantes. Vejo que a Uerj está se movimentando nesse sentido para não atrasar mais ainda a conclusão da graduação. Entretanto, a instuição é um local de inclusão, e muitos alunos não têm condição para mantem o ensino remoto (seja com material eletrônico, mas com um local adequado para estudar) — conclui.

Desde o início da pandemia da Covid-19, pelo menos 210 mil alunos de universidades públicas ficaram sem aulas, conforme levantamento feito pelo GLOBO. O maior entrave na implementação do ensino remoto foi a desigualdade no acesso digital.

Em nota, o reitor da instituição, Ricardo Lodi, afirma que a administração está realizando esforços para suprir as necessidades dos alunos, com ações como o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 aos alunos que recebem bolsa permanência, e a compra de 12 mil pacotes de dados, destinados a cotistas e àqueles com renda familiar per capita de até dois salários mínimos.

Fonte: Jornal Extra