Jornal Povo

Botafogo aprimora jogo sem a bola, mas tem dificuldade no último terço do campo

Paulo Autuori em entrevista recente, garantiu um “time interessante para o Brasileirão”. No último teste antes do início da competição, a equipe ficou no empate em 1 a 1 com o Fluminense, e o treinador deixou o Nilton Santos reforçando conceitos de jogo, mas com encaixes pendentes – principalmente no último terço do campo.

Melhores momentos: Botafogo 1 x 1 Fluminense em amistoso

Qualquer tipo de análise deve ser feita a partir de um ponto comum: passo a passo, sem grandes saltos, a equipe dá sinais de evolução. Autuori não se apega ao número de posse de bola. Desde o início do jogo, o Botafogo deixou o Fluminense tomar as ações, mas se impôs. Em especial no primeiro tempo, subiu a marcação (veja imagem abaixo), fechou os espaços e buscou o contra-ataque. É um modelo que parece consolidado na cabeça do técnico.

 — Foto: Reprodução
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Trio de meias do Botafogo, por vezes, ocupou o campo de ataque do Fluminense para pressionar saída de bola

O meio-campo segue como ponto de equilíbrio. Caio Alexandre se mostra cada vez mais à vontade ao lado de Honda. A dupla dá sustentação ao sistema defensivo no jogo sem a bola e tem liberdade para alternar chegadas ao ataque. Mais próximo do trio ofensivo, Bruno Nazário é quem mais aparece em campo – praticamente toda jogada passa pelo camisa 10, mesmo quando em noite sem brilho, como contra o Fluminense.

A tomada de decisão no momento de definição dos lances ainda precisa de afinação. Os primeiros 45 minutos no Nilton Santos foram assim desenhados: com a marcação alta, o time de Autuori roubava a bola perto da linha divisória do gramado, acelerava a transição, mas por diversas vezes terminava a jogada numa escolha errada do último passe de Pedro Raul, Nazário, Rhuan e Luis Henrique (como no lance abaixo). Com encaixe, o Botafogo poderia ter ido ao intervalo em vantagem.

 — Foto: Reprodução
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Num dos contra-ataques, Luis Henrique interceptou passe errado no meio, arrancou e tinha Nazário completamente livre pela direita.

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A opção de Luis Henrique, porém, é Pedro Raul, bem marcado pela dupla tricolor. E o desespero de Bruno Nazário…

Na etapa final, o gol do Fluminense nasceu de uma desatenção do sistema defensivo. Marcos Paulo teve tempo e terreno para pensar. Rhuan não encostou, Barrandeguy dividiu a atenção entre o dono da bola e Egídio, e a dupla Honda-Caio Alexandre não diminuiu o espaço. O resultado foi uma bola nas costas de Marcelo Benevenuto, batido pela primeira vez na noite no bom movimento de Evanílson.

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Num dos poucos momentos que a dupla de volantes deu espaço, Marcos Paulo achou buraco, e Evanílson fez belo gol

Correndo atrás do marcador, o Botafogo fez uso de uma arma até então inofensiva – e que precisa ser mais trabalhada. Limitado a funções defensivas, Barrandeguy foi protagonista no gol de Matheus Babi. Nazário, mais uma vez participativo, observou uma das raras subidas do uruguaio pela direita. O cruzamento foi preciso para o garoto, bem posicionado entre os defensores. Na esquerda, mesmo que mais presente que o companheiro de lado oposto, Victor Luis também apareceu pouco.

 — Foto: Reprodução
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Tímido no ataque, Barrandeguy foi importante no gol de empate: subiu no apoio, recebeu de Nazário e cruzou com precisão

A uma semana da estreia no Campeonato Brasileiro contra o Bahia, no domingo, às 11h (de Brasília), no Nilton Santos, o Botafogo não é espetacular – e nem tem a pretensão de ser -, mas dá mostras de entrosamento e plano de jogo. Com a expectativa por Kalou, Autuori já tem em mãos um caminho para trabalhar durante a temporada.

 — Foto: Divulgação

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Fonte: GloboEsporte