Jornal Povo

Victor Luis se declara ao Botafogo, revela bastidores da volta e elogia Luis Henrique: “Tanque de guerra”

Ser vencedor. Esse é o objetivo de Victor Luis em sua segunda passagem pelo Botafogo. Depois de conquistar a torcida e o clube em 2016 e 2017, o lateral-esquerdo está de volta e promete ser o “cachorro louco” que os botafoguenses conheceram há quatro anos, mas em uma versão mais qualificada e madura. Ele revelou ao ge como foi a decisão pelo retorno.

– Todo jogador precisa estar jogando. Não estava sendo tão utilizado no Palmeiras e pensei que precisava jogar. Tive propostas do Brasil e de fora, mas achei que era o momento de fazer algo no Brasil ainda. O Botafogo é um clube que sempre me acolheu bem e onde eu sempre me senti bem também. O pessoal do clube me ligou, senti esse carinho, me fez querer voltar, mesmo com as dificuldades. Quero mostrar meu futebol novamente e ajudar.

“Quero ser vencedor”

Ao ser apresentado como reforço do Botafogo para o Brasileirão, Victor Luis disse que voltou para terminar o que tinha iniciado. O lateral-esquerdo, com contrato até fevereiro de 2021, quer ser campeão com a camisa alvinegra. Um objetivo pessoal que ele compartilha com o grupo como forma de inspiração.

– Quero entrar no campeonato para ser vencedor, passo isso para os meus companheiros. Com os pés no chão, respeitando o adversário, a gente tem que dar o nosso melhor para chegar onde tanto desejamos. Queremos conquistar algo esse ano. Seria marcante na nossa vida e na história do Botafogo também.

“O menino é um tanque de guerra”

No retorno ao Botafogo, Victor Luis reencontra jogadores com quem atuou na primeira passagem e também funcionários com quem conviveu no clube. Mas há muita novidade, como o atacante Luis Henrique, de 18 anos, que desponta como promessa e fará dobradinha com o lateral pelo lado esquerdo. Em pouco tempo de convivência, Victor já percebeu o potencial do garoto.

– O principal ele já tem, que é o talento. O que poderia atrapalhar seria esse espaço no time tão jovem, mas ele tem uma cabeça muito boa. Você vê que é um menino que quer aprender, que está trabalhando no dia a dia, quer ajudar. Ele já é vencedor e vai conquistar mais na vida e na carreira dele, pode ter certeza. Quando a gente vai treinar ataque contra defesa eu já falo com ele: “Vai para o outro lado”. Vai infernizar o Barrandeguy lá (risos).

“O menino é um tanque de guerra. Muita força, habilidade. É completo”.

Luis Henrique e Victor Luis em treino do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Luis Henrique e Victor Luis em treino do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo

“Para defender essa camisa eu me transformo”

Victor Luis aparenta ser um cara tranquilo e levou na boa os mais de 40 minutos de papo com o ge. Mas as aparências enganam, como revelou o lateral. Essa serenidade dá lugar a outros sentimentos, como aconteceu após uma expulsão diante do Nacional-URU, pela Libertadores de 2017. Ele sofreu uma cotovelada do zagueiro Polenta, não reagiu, mas recebeu o cartão vermelho depois de confusão generalizada.

– Sabe aquela pessoa quietinha que quando sai da casinha é um perigo? Sou assim. Extremamente tranquilo até em casa, no trabalho, gosto mais de ouvir do que falar. Mas naquela situação (expulsão contra o Nacional-URU) eu cheguei a amassar porta de vestiário, de armário, saí chutando tudo. Foi a situação mais roubada que eu já vivi no futebol. Mas sou um cara tranquilo.

“Dentro de campo, para defender essa camisa e o meu sustento, eu me transformo”.

Ao lembrar da Libertadores daquele ano, o lateral recordou os momentos em que a torcida simulava som de “latidos”, o que animava o time dentro de campo.

– Eu ouvia demais, principalmente na Libertadores. Até mandei fazer uma camisa, acho que trouxe comigo de novo. É uma camisa com um cachorro e um escudo do Botafogo. Jogava sempre por baixo quando a gente estava na Libertadores. Sempre que roubava uma bola ou dividia, eu ouvia a torcida. Isso inflamava o time. O Jair Ventura (técnico na ocasião) até brigava: “Cuidado para vocês não inflamarem demais e acabarem sendo expulsos”.

Primeiro contato com Paulo Autuori

– Ele sempre fala: “Eu quero jogadores campeões da vida e não só de títulos”. Porque isso reflete até dentro de campo. Passa tranquilidade, sempre está prezando pelo grupo e não o individual. Ele cobra bastante nessa questão de jogadas, marcação. É entendedor do assunto e está passando isso para gente.

Chega para ser uma referência do grupo?

– O Gatito fala pouco, mas é um super líder dentro de campo, para nós. O que a gente fala é para dar um pouco de espaço também para os jovens, para eles também terem essa responsabilidade. Esses garotos que estão disputando os primeiros anos no profissional, jogando partidas importantes. É interessante você distribuir essa responsabilidade dentro de campo, mas eu fico feliz de tomar a frente de algumas situações e poder ajudar.

Avaliação do segundo amistoso contra o Fluminense

– Tivemos umas quatro chances de gol no primeiro tempo, se não me engano. No Brasileiro, a gente não pode se dar ao luxo de não fazer um, pelo menos. Isso vai vir com a evolução da equipe. Falando individualmente, foi o meu primeiro jogo com os novos companheiros, foram cinco meses sem jogar. Foi mais um passo, sabemos que precisamos evoluir, mas não estamos estacionados. A gente sabe que pode mais.

Victor Luis durante amistoso contra o Fluminense no Nilton Santos — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Victor Luis durante amistoso contra o Fluminense no Nilton Santos — Foto: Vitor Silva/Botafogo

Calendário do futebol brasileiro

– O ano está virado de cabeça para baixo. Dá uma ansiedade de jogar logo, mas o calendário vai ser muito complicado. A gente chegou a conversar entre a gente para, pelo menos nesse ano, mudar a fórmula, fazer algo diferente para tentar acabar esse ano. Vai ser muito dolorido. Jogos com 48h de distância, viagem… O ano vai ser complicado.

– Vai ser muito complicado por conta do calendário. Jogo atrás de jogo. Equipes que estão na Libertadores vão ter três jogos em uma semana. E se o clube não tem um grupo grande? Vai ser jogador se arrebatando, com lesão. É tudo o que a gente não quer e nem deseja para o companheiro de outra equipe.

Botafogo S/A

– Estamos vendo total empenho da diretoria nisso. Cheguei há pouco tempo no clube e não posso falar muita coisa, se vai acontecer ou não vai. Mas todo botafoguense, jogador, torcedor, quer que entre e regularize tudo da melhor maneira possível. Não é algo que depende só do Botafogo, envolve muita coisa. Acontecendo, será a melhor coisa para todos. Espero que seja logo, até para dar essa segurança, sair dessa dificuldade.

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Fonte: GloboEsporte