Jornal Povo

ELEIÇÕES 2020:Câmara de Nova Iguaçu atira no próprio pé

A Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu parece ter dado um tiro no próprio pé, ao baixar para 11 o número de parlamentares para as eleições do próximo dia 15 de novembro, para prefeitos e vereadores. 

Isso porque, na redução para 11 cadeiras, os defensores da ideia se esqueceram de que o quociente eleitoral, consequentemente, subiria para, no mínimo, 33.8 mil votos. Nessa leitura, para que um partido eleja um vereador, será necessário somar essa montanha de votos. 

Ou seja, bem mais do que na eleição de 2016, quando o quociente foi de 21,8 mil votos, permitindo a eleição de 17 parlamentares. No novo cálculo, cada partido terá de se desdobrar e fazer das tripas coração, para alcançar mais 12 mil votos.  

Vale lembrar que cada um dos 28 partidos envolvidos na eleição este ano em Nova Iguaçu está organizado para lançar 32 candidatos, sendo 22 homens e 10 mulheres, como determina a legislação eleitoral. Isso somaria um total de 896 candidatos no município – caso as legendas estejam completas. 

Sendo 11 vagas, cada partido só poderá lançar 17 candidatos, sendo 12 homens e 5 mulheres. Isso somaria um total de 476 candidatos. Portanto, 420 nomes (10 homens e 5 mulheres de cada partido) deverão ser cortados da lista. 

O resultado desse ‘tiro no pé’ poderá deixar uma marca histórica em Nova Iguaçu: a renovação de 100% dos atuais 17 parlamentares –  caso prevaleça a decisão.  

Pois no modelo atual, as chances de vitória estariam com aqueles que tem mandato, pelo fato de ter a estrutura do governo ao seu benefício e de ter prestado favores ou indicado obras, mesmo que tenham sido eleitoreiras. 

Consciente disso, ninguém com juízo perfeito se sentiria confortável para permanecer em um partido onde tenha vereador. Portanto, o que se prevê é uma fuga, quase em massa, de pré-candidatos (antes das convenções partidárias), para outras legendas onde não exista parlamentar. 

Em um partido esvaziado, quem é vereador teria dificuldade de juntar o quociente eleitoral necessário para se eleger sozinho. Aliás, só por milagre um parlamentar alcançaria mais de 33 mil votos. Do outro lado, ao migrar para um partido onde ninguém tem mandato, a disputa dos candidatos ficaria mais equilibrada, pois todos teriam as mesmas chances.

Nesse ambiente de mudança, de cortes de nomes e de fuga para outras legendas, é natural que uma grande confusão se estabeleça, regada de decepções, insatisfações ou até brigas. No contexto, o grupo mais prejudicado seria o do prefeito Rogério Lisboa, que, embora tenha mais partidos, continua com dificuldade de completar nominatas. Ou seja, esse quadro iria piorar ainda mais.  

Por outro lado, ganharia mais aliados o pré-candidato a prefeito Max Lemos – que é considerado o candidato alternativo e principal opositor de Rogério, tanto que já avançou em todos os bairros do município – além de Cornélio Ribeiro, Rosangela Gomes, Dr.Letinho e Raquel Stasiaki, dentre outros.  Mas tudo depende da manutenção das 11 cadeiras parlamentares.     

Matéria de Opinião.

Por Jornalista Davi de Castro

Arinos Jornalista.